Por Tatiane Hardt
Há vinte séculos, o arquiteto romano Vitruvius definia a arquitetura como uma arte que responde a três necessidades: Comoditas, Firmitas, Voluptas, que se traduziriam por “Uso, Construção, Estética”.
Portanto, quando um museu não pode acolher um público de todas as idades, com ou sem alguma deficiência, é porque não obedece a uma das regras fundamentais da concepção arquitetônica: o uso. (GROSBOIS, 1991, p. 86)¹
Somos, enquanto sociedade, fisicamente diversos, percebemos o mundo através dos nossos sentidos e temos diferentes formas de compreender e sentir o mundo, os espaços nos quais estamos inseridos, incluindo aqueles que frequentamos, como os equipamentos culturais. No caso dos museus, falamos de história, herança cultural, estética, conhecimentos e tantas outras nuances que juntas apresentam a sociedade de uma época, expressa na arte e na própria arquitetura.
O conceito de acessibilidade vem evoluindo com o avanço da legislação, como a Lei Brasileira de Inclusão, que estabeleceu normativas e alicerces nesse sentido. Hoje falamos de acessibilidade não mais na relação simplista da eliminação de barreiras físicas/arquitetônicas, mas na função de ruptura de obstáculos para a pessoa com deficiência, criando oportunidades iguais para todos. Quanto um produto, serviço ou espaço (físico ou virtual) está efetivamente disponível para o maior número possível de usuários, independentemente de suas características físicas, sensoriais e cognitivas.
Pensar “num museu das pessoas, e não em pessoas do museu”. Significa que as exposições, espaços de convivência, serviços de informação, programas de formação e todos os demais serviços básicos e especiais oferecidos pelos equipamentos culturais devem estar ao alcance de todos os indivíduos, perceptíveis a todas as formas de comunicação e com sua utilização de forma clara, permitindo a autonomia dos usuários.
A acessibilidade, nesse sentido, adiciona outros aspectos de caráter comunicacional, atitudinal, cognitivo e social. Assim, a pessoa com deficiência participa das atividades, para ter “acesso, andar, ver, ouvir, tocar e sentir bens culturais produzidos pela sociedade através de tempos e disponível para toda a comunidade” (COHEN; DUARTE; BRASILEIRO, 2012, p. 22).
O Brasil conta com mais de 3,8 mil museus espalhados por todo o país, um número expressivo se considerarmos que nosso país tem 5.568 municípios. Embora o Plano Nacional de Cultura estabelecido em 2010 estabeleça meta de 100% dos museus, teatros e cinemas com acessibilidade, faltam informações concretas que possam estimar a cena em 2022.
Com o cancelamento do Censo do IBGE em 2021, após um corte de 96% nos recursos previstos no Orçamento Geral da União para a pesquisa, vivemos hoje um apagão de informações necessárias para o planejamento dos investimentos públicos na garantia e efetivação de direitos das pessoas com deficiência. No último Censo realizado em 2010, 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou ter alguma deficiência em pelo menos uma das funcionalidades investigadas – enxergar, ouvir, caminhar, ou subir degraus – ou possuir deficiência mental e/ou intelectual em diversos graus.
Se somam à escassez de estatísticas os cortes consecutivos nos investimentos em cultura nas esferas federal, estaduais e municipais desde muito antes da pandemia de COVID-19. Em 2015 o governo federal já executava um corte de 30% no orçamento da pasta do extinto Ministério da Cultura, já em 2017 o corte foi de 43%. Em 2020, o orçamento disponibilizado para a Cultura foi de R$ 1,94 bilhão – um recuo de 41,8% ante 2011.
Os museus são espaços importantes não apenas para a comunicação histórica, antropológica, científica e para o lazer, mas também para a promoção do conhecimento de maneira equitativa, diversificada e inclusiva.²
Apresentamos abaixo a pesquisa que realizamos em busca dos museus acessíveis no Brasil em 2022. Observamos a importância de sempre haver um contato com o espaço antes da visita, para verificar a necessidade de agendamentos prévios e/ou restrições em decorrência da Pandemia de Coronavírus, ou alterações programáticas feitas após o lançamento deste artigo.
Museu Joaquim José Felizardo – Porto Alegre
http://www.museudeportoalegre.com
Com enorme acervo fotográfico, o Museu Joaquim José Felizardo fica em um prédio tombado que incialmente servia de residência, e por ser muito antigo, não possuía estrutura física apropriada para atender pessoas com deficiência e dificuldade de locomoção.
Após um longo processo de restauração e modernização, em 2007 sua estrutura foi adaptada, favorecendo a acessibilidade e, é claro, aumentando a inclusão! Hoje a edificação é adaptada para público com mobilidade reduzida e também um atendimento adequado para que todos possam ter o mesmo acesso a todas as obras ali expostas. Oferece visitas especializadas para público com deficiência e audioguia com leitura de texto e descrição das imagens, além de catálogo em braile e maquetes táteis. A edificação é adaptada para público com mobilidade reduzida.
Mais informações: marciabamberg@portoalegre.rs.gov.br / (51) 3289.8274
Endereço: Rua João Alfredo, 582 – Cidade Baixa | Porto Alegre/RS
www.museudeportoalegre.com | Obs: na data de publicação deste artigo o site oficial se encontrava indisponível
Museu do Amanhã – Rio de Janeiro
O Museu do Amanhã tem a acessibilidade como premissa da construção física do prédio e, principalmente, da relação entre a equipe do Museu e seus visitantes. O Museu dispõe de pisos e maquetes táteis, rampas, cadeira de rodas, elevadores, fraldários, banheiros adaptados e sinalização universal.
O Museu desenvolve ainda parcerias com órgãos públicos, escolas e instituições especializadas na formação de educadores para identificar oportunidades de visitas adaptadas a pessoas com qualquer tipo de necessidade especial. O Programa de Educação oferece agendamento prévio para acesso a uma agenda de atividades para pessoas com deficiência e suas famílias, além de visitas mediadas para grupos escolares e não escolares onde o diálogo é pautado pela diversidade e inclusão.
Antes da inauguração do Museu do Amanhã, pensou-se num espaço diferenciado que proporcionasse uma conexão entre conteúdo e acessibilidade. Essa é a GALERIA DAS FORMAS, localizada na ala leste do Museu. A Galeria apresenta pormenores e detalhes de muitos conceitos abordados na Exposição Principal. Quem visita a Galeria tem disponibilizadas descrições em braile de assuntos como o Cosmos, a Matéria ou mesmo a Via Láctea. Todas as experiências são táteis, facilitando a interação com não videntes: é possível tocar no conteúdo exposto, como um globo terrestre, ou até gráficos.
Mais Informações: contato@museudoamanha.org.br | https://museudoamanha.org.br/
Endereço: Praça Mauá, 01 – Centro | Rio de Janeiro/RJ
Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro
Pioneiro no Rio de Janeiro no quesito acessibilidade, o CCBB foi um dos primeiros centros culturais cariocas a investir em estrutura física preparada para receber deficientes como rampas, vagas especiais no estacionamento e banheiros adaptados.
Conta com funcionários que possuem algum tipo de deficiência, além de colaboradores preparados para atender os visitantes com deficiência auditiva na linguagem de libras. Oferece ainda audiodescrição para as exposições e também para a maioria das peças teatrais. Também é um centro de referência para apresentações culturais voltadas a pessoas com deficiência.
Mais informações: https://ccbb.com.br
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro | Rio de Janeiro/RJ
Pinacoteca – São Paulo
Um dos principais museus de arte do Brasil, a Pinacoteca também é um exemplo de acessibilidade e inclusão. A história da Pinacoteca mostra que a acessibilidade é o investimento do museu do futuro: A começar pela sua estrutura física que conta com rampas, elevadores e portas largas permitindo maior mobilidade dos visitantes.
Oferece vídeo guia para deficientes auditivos, áudio guia para deficientes visuais, profissionais e educadores que podem acompanhar os visitantes ao longo da visita, inclusive em libras. Além disso, ela conta com uma exposição tátil completamente voltada às pessoas com deficiência visual e a tradução para Libras das Obras do Jardim. Uma educadora descreve as principais pinturas brasileiras com materiais pedagógicos específicos proporcionando uma experiência mais lúdica e sensível ao mundo da arte.
No site, é disponibilizada uma série de artigos para download e leitura nas temáticas de cultura, educação e acessibilidade: https://museu.pinacoteca.org.br/textos-educativos/projetos-do-nae/
PROGRAMA EDUCATIVO PARA PÚBLICO ESPECIAL (PEPE)
Este programa busca promover o acesso de grupos de pessoas com deficiências sensoriais, físicas, intelectuais e transtornos mentais à Pinacoteca, por meio de uma série de abordagens e recursos multissensoriais. As visitas educativas são realizadas por educadores especializados, inclusive em Libras – Língua Brasileira de Sinais, por uma educadora surda. O PEPE também realiza cursos de formação para profissionais interessados em usar a arte e o patrimônio como recursos inclusivos e desenvolve publicações para o público deficiente visual e auditivo. Para garantir a autonomia de visitação ao público com deficiência visual, foi desenvolvida a Galeria Tátil de Esculturas Brasileiras e um videoguia para o público surdo. Para mais informações sobre este programa, contate: 3324-0945 ou pelo e-mail educaespecial@pinacoteca.org.br.
Mais Informações: (11) 3324-1000 | http://pinacoteca.org.br
Endereço: Praça da Luz, 02 – Luz – São Paulo/SP
Museu do Futebol – São Paulo
Primeiro museu do Estado de São Paulo planejado para ser totalmente acessível, o Museu do Futebol oferece diversos recursos físicos e comunicacionais, além de profissionais qualificados para atender aos mais diferentes públicos: brasileiros e estrangeiros; de diversas origens sociais; pessoas com deficiência física, intelectual e mobilidade reduzida; crianças, jovens, adultos e idosos. O espaço possui maquetes táteis, piso podotátil, audioguia e informações em tinta e braille.
O Museu do Futebol fica localizado embaixo das arquibancadas do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, possui conteúdo multimídia, lúdico e interativo, além das adaptações estruturais necessárias. Tem a missão de preservar a história do futebol como expressão cultural no Brasil e inspirar ideias e experiências a partir do esporte.
Um dos destaques é o Audioguia Mulheres do Futebol, que narra a história de jogadoras, criando uma contextualização durante o percurso na sala principal. Ao todo, são 15 salas que ocupam 6 mil metros quadrados, e por meio de recursos visuais e auditivos, instigam o visitante a sentir a emoção presencial que o futebol proporciona.
Se destaca pelo Projeto Deficiente Residente, o qual inclui a presença de funcionários com deficiência com o objetivo de qualificar o atendimento às pessoas com deficiência que visitam o Museu.
Com as mesmas premissas do Projeto Deficiente Residente, o Museu buscou melhorias no atendimento ao público 60+ a partir do convívio e da troca de experiências entre idosos e profissionais do Núcleo Educativo. Neste sentido, o Museu do Futebol promove atendimentos a idosos, com ou sem doença de Alzheimer, para ativação de memórias afetivas a partir do acervo físico e digital do museu. Durante a pandemia de coronavírus, os atendimentos, individuais ou em grupo, estão sendo feitas de forma remota. Saiba mais.
Endereço: Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu | São Paulo/SP
https://museudofutebol.org.br
Agendamento de grupos (temporariamente suspenso): telefone: +5511 3661-2273
Outras informações: contato@museudofutebol.org.br | telefone: +5511 3664-3848
Museu da Inclusão – São Paulo
Os Caminhos da Pessoa com Deficiência é um projeto cultural da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que conta a história e trajetória do movimento social no Brasil e no mundo dando ênfase aos acontecimentos ocorridos no fim da década de 70 e início da década de 80.
O espaço reúne cerca de 600 documentos que relatam o movimento social da pessoa com deficiência, bem como sua luta e suas conquistas. Compõem o material manuscritos, fotos, objetos, depoimentos e lembranças que remontam a história.
O Museu conta com Núcleo Educativo do Museu da Inclusão que extrapola, desenvolve e fundamenta proposições e ações que exploram os diversos conceitos de inclusão e acessibilidade que se afloram em nossa sociedade. Promove atividades de Mediação Virtual, com agendamento através da ficha de pré-agendamento. As atividades de mediação virtual gratuitas, com duração de até duas horas e, no máximo, 25 pessoas por sala, a depender do perfil do grupo.
O Núcleo elaborou essas propostas de roteiros que podem inspirar a conversa durante as mediações virtuais:
– A construção dos Direitos Humanos e o Campo da Pessoa com Deficiência
Quais são as linguagens que compõem este fenômeno que chamamos de Direitos Humanos? Sabemos que a existência desses direitos é fundamental para construirmos uma sociedade mais justa e igualitária, entretanto, também sabemos que não somos todos iguais. Pensarmos num mundo em que uns são considerados mais humanos e outros menos é uma forma de percebermos que as linguagens que fundam esses direitos são abstratas e, em particular, excludentes. Nosso papel aqui é refletir sobre a construção social desses direitos e a quem eles se aplicam.
– Língua e Linguagens – Diversidade e Cultura Surda, Línguas de Sinais e Museu, Tradução e Interpretação (em construção)
Difundir informações sobre a diversidade, representatividade e cultura surda de modo a romper preconceitos sobre a comunidade surda e normalizar a participação da pessoa surda na sociedade, considerando a variedade linguística e o trânsito dos processos de transcrição, tradução e interpretação.
– Os Caminhos da Pessoa com Deficiência (em construção)
Ampla discussão sobre os temas propostos pela exposição de longa duração chamada “Os Caminhos da Pessoa com Deficiência”, que conecta o contexto das pessoas com deficiência com a luta por direitos, a estruturação e memórias do Movimento Social da Pessoa com Deficiência.
– Corpo, autonomia e direito à cidade
Os “padrões de normalidade” são socialmente construídos: a noção da existência “do outro”, da diversidade, se dá a partir da comparação entre o que cabe neste padrão e o que não se encaixa nele. E é aí onde a sociedade faz nascer a discriminação e onde também se perpetuam os processos de subalternização dos indivíduos, seus corpos e existências. Quando pensamos em acessibilidade urbana para todos, pensamos numa cidade que ainda é um sonho a ser conquistado: visando a ausência de obstáculos para as mais diversas pessoas, corpos e dinâmicas sociais. Permitir que ocupemos a cidade é nossa luta pelo reconhecimento das mais variadas formas de existência.
Acesso gratuito
Mais informações: (11) 5212-3700 | https://portal.museudainclusao.org.br
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 | Barra Funda, São Paulo – SP
Museu de Arte Moderna – São Paulo
O Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma das mais importantes instituições culturais do Brasil. Localiza-se sob a marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em um edifício inserido no conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer em 1954 e reformado por Lina Bo Bardi em 1982 para abrigar o museu.
Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx, onde pessoas com deficiência visual podem tocar nas obras, contando ainda com a possibilidade de visitas guiadas. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.
O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.
Mais informações: (11) 5085-1300 | https://mam.org.br
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° | Vila Mariana, São Paulo/SP
Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro
O MAM Rio de Janeiro apresenta a série “Visitas Acessíveis”. Com tecnologias assistivas e recursos visuais como animações, destaques e contraste para melhor visualização, o museu oferece visitas guiadas com vídeos acessíveis aos mais diversos públicos, mas priorizam a experiência das pessoas com deficiências, contando com legendagem e interpretação em libras, por exemplo.
O projeto Visitas Acessíveis é patrocinado pela Wilson Sons através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O vídeo da série “Visitas acessíveis” apresenta a diversa fauna e flora dos jardins do MAM Rio, e as obras de arte que nele estão. A produção é parte de “Fantástico jardim”, exposição interativa online, voltada para crianças de até 6 anos que promove uma imersão pelas espécies botânicas do Parque do Flamengo. Idealizada pelo Programa de Educação e Participação do MAM Rio, a série “Visitas acessíveis” usa tecnologias assistivas e recursos visuais para atender ao público com deficiências. Nela, os espaços e as atividades do museu são apresentados em Libras, a língua brasileira de sinais, e também com áudio e legendas em português. As visitas acessíveis têm patrocínio da Wilson Sons.
Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro – RJ
Mais Informações: (21) 3883-5600 | https://mam.rio/educacao/visitas-acessiveis
Centro de Memória Dorina Nowill – São Paulo
O Centro de Memória Dorina Nowill fica na sede da Fundação Dorina Nowill e tem como missão apresentar a história da luta das pessoas cegas e com baixa visão no Brasil e no mundo. Fundado em 2002 é o primeiro museu brasileiro a considerar a cultura da deficiência visual como patrimônio histórico. Todas as peças são táteis e o espaço conta com uma educadora que descreve os demais itens.
O acervo é composto por objetos tiflológicos (máquinas braille, regletes, sorobans); textuais (cartas, diplomas, publicações), iconográficos (fotografias); audiovisual (reportagens) e depoimentos orais. A coleção em sua maioria provém da própria instituição, temos ainda peças doadas por organizações parceiras, e documentos produzidos por personalidades importantes na área da inclusão social.
No Centro de Memória você irá encontrar: Exposição em formato acessível (recursos táteis e sonoros, piso tátil, audiodescrição etc.); Equipamentos para escrita Braille; Materiais didáticos adaptados de diversas épocas; Publicações em formatos acessíveis; Esculturas e objetos disponíveis ao toque.
Acesso gratuito
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 18h
Importante: Visita mediante agendamento com Sílvia no telefone 11 5087-0955
Endereço: Dr. Diogo de Faria, 558 – Vila Clementino | São Paulo/SP
Museu da Língua Portuguesa – São Paulo
Rota acessível, piso podotátil, mapas táteis e sinalização tátil e em braile estão à disposição do público. “O Museu também conta com jogos multissensoriais e objetos para toque, organizados em nichos ao longo do espaço expositivo. Videoguias em Libras também estarão disponíveis”, destaca Larissa.
Madeira reaproveitada do incêndio que ocorreu em 2015 também serviu para a construção de uma maquete tátil da Estação da Luz, à disposição do público. O prédio histórico onde fica localizado o Museu foi aberto em 1901, e servia como uma das portas de entrada dos imigrantes no Brasil. Hoje, além de abrigar um dos primeiros museus do mundo dedicados a um idioma, a Estação da Luz está entre os principais cartões postais de São Paulo.
O Museu da Língua Portuguesa conta com exposições temporárias e de longa duração. E, em todas elas, recursos de acessibilidade estão presentes, como conta Marília Bonas, diretora técnica do Museu.
“A acessibilidade é uma questão desde o começo da concepção da exposição”, assegura. Ela explica que os responsáveis pela expografia desenham cada exposição contemplando a acessibilidade física. Mas, além dela, o objetivo é garantir experiências para todos. “A ideia também é que a gente possa ter sempre roteiros específicos para diferentes necessidades”, completa.
Para a exposição principal, o público já conta com um percurso tátil. “Obras táteis foram especialmente criadas por artistas como Guto Lacaz, André Damião e Natália Scromov, inspirados na exposição principal”, conta Larissa. “São denominados como elementos de mediação multissensoriais e dirigidos prioritariamente a pessoas com deficiência visual e auditiva, mas ficam disponíveis para todos os visitantes que desejem se relacionar por meio de outros sentidos com os temas da exposição principal.”
Para completar, os recursos digitais do Museu da Língua Portuguesa também contam com acessibilidade. O aplicativo do Museu está disponível em quatro navegações: português com audiodescrição, Libras e audioguias em espanhol e inglês. Lembrando que os visitantes contam com Wi-Fi gratuito no espaço, podendo aproveitar o passeio conectados.
Mais informações: (11) 4470-1515 | https://www.museudalinguaportuguesa.org.br
Endereço: Praça da Luz – Luz, São Paulo – SP
Museu do Café – São Paulo
O Museu do Café possui acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida através de elevadores e rampas móveis.
O Museu do Café acolhe as pessoas com deficiência por meio de programas especiais que acontecem sob agendamento. As atividades oferecem desde visita monitorada especial até a realização de atividades específicas em que o grupo pode ter um contato ainda mais próximo com o café, a partir de estímulos e dinâmicas que atingem os sentidos e a percepção sensorial, algo que o café permite explorar por suas características e sua química. A arte e a história também são apresentadas por meio de atividades específicas, que exploram o conhecimento patrimonial do café e do Edifício da Bolsa Oficial de Café.
O espaço ainda desenvolve ações específicas ao público com deficiência. O Café com arte ensina a técnica de construção de vitrais; em Cafés Especiais as áreas individual e sensorial, os sentidos do olfato e paladar são trabalhadas; e as Dinâmicas Especiais com Acervo Pedagógico e Educativo expõe noções de educação patrimonial por meio da apresentação e manuseio de objetos que compõem o acervo do museu.
O material de acessibilidade, ampliou o projeto da autonomia de visitação de pessoas com deficiência ao espaço expositivo do Museu. Os visitantes contam com o folder da exposição de longa duração Café, patrimônio cultural do Brasil: ciência, história e arte no formato de cadernos em braille e com a audiodescrição do cadeiral localizado no Salão do Pregão e do vitral A epopeia dos Bandeirantes, de Benedicto Calixto.
Todas as atividades são executadas de forma adaptada ao grupo visitante. O público das atividades especiais são deficientes físicos, cognitivos e intelectuais.
https://www.museudocafe.org.br
Agendamento e informações:educativo@museudocafe.org.br | Telefone (13) 3213-1756
Endereço: Rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico | Santos – SP
#DicaESQUINAGRÁFICA
Se você é pesquisador/a/e, estudante ou apenas quer ampliar seu conhecimento acerca da temática de acessibilidade cultural, vale muito à pena conferir o trabalho realizado pelo grupo de pesquisa e estudos Museus e Centros de Ciências Acessíveis (MCCAC).
Criado em 2016, tem como foco o desenvolvimento de referencial teórico e empírico para a área de acessibilidade e inclusão social em museus e centros de ciências e ações de divulgação científica. Para isso, realizam estudos, pesquisas, publicações, encontros e visitas técnicas.
Em 2021 o grupo lançou em cooperação com a Fundação Cecierj o livro “Acessibilidade em museus e centros de ciências: experiências, estudos e desafios” com a organização de Jessica Norberto Rocha.
“Visando compartilhar relatos de experiências, além de práticas, desafios, barreiras e pesquisas, convidamos profissionais que trabalham ou estudam a acessibilidade em museus e centros de ciências para participar desta iniciativa. A realização é da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj) e do Grupo Museus e Centros de Ciências Acessíveis (MCCAC), com participação do projeto Jovem Cientista do Nosso Estado, apoiado pela Faperj.”
Todas as imagens do livro na versão em pdf para download gratuito possuem audiodescrição. No site do Grupo MCCAC (https://grupomccac.org/am), os títulos e resumos de cada capítulo estão disponíveis em Libras e as versões HTML dos textos também podem ser interpretadas na língua de sinais, pelos avatares Hand Talk.
¹ ² Artigo “Uma análise das dimensões da acessibilidade nos museus de ciências brasileiros” de Claudia Celeste Schuindt Recanello e Camila Silveira