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Quais são os tipo de fotografia?

Quais são os tipo de fotografia?

Fotografia de uma mulher fotógrafa. Ela é branca, usa um chapéu preto de abas largas, tem cabelos castanhos claros compridos, usa um moletom branco e segura com as duas mãos uma câmera fotográfica profissional em frente ao rosto, se preparando para fotografar. Ao fundo, um terreno com folhas secas ao chão e árvores sem folhas fora de foco.
Foto: Element5 Digital

Fotografia: Eternizando memórias

A história da fotografia remonta ao século XIX, quando a primeira fotografia permanente foi produzida em 1826 pelo inventor francês Joseph Nicéphore Niépce. Ele usou uma câmera obscura para capturar uma imagem em uma placa revestida com betume da Judeia e, depois de uma longa exposição ao sol, a imagem foi revelada.

Logo em seguida, outros inventores e fotógrafos pioneiros, como Louis Daguerre e William Henry Fox Talbot, desenvolveram processos fotográficos mais refinados e comercializáveis, permitindo que a fotografia se tornasse uma forma de arte e um meio de comunicação mais acessível. Desde então, a fotografia passou por várias transformações, com o surgimento de novas tecnologias, estilos e técnicas, tornando-se um meio poderoso e diverso de comunicação visual.

“Vivemos em um mundo repleto de imagens por todos os lados. A escritora Susan Sontag chama esse mundo de “Mundo-Imagem”. Há quem diga, e eu concordo, que separar imagem de realidade está cada vez mais complexo. Uma viagem, por exemplo, caso não fotografada, pode para muitas pessoas perder sua “razão de ser” e até mesmo perder em boa parte de sua concretude, simplesmente por não ter sido materializada em fotografias. Sem raridade, uma experiência é validada especialmente através das imagens que são produzidas e compartilhadas ao mundo através das redes sociais. Cada vez mais nos constituímos como indivíduos que produzem e são produzidos por imagens (e imagens em grande quantidade, vale ressaltar). Por isso, ao criarmos qualquer fotografia hoje em dia, estamos também contribuindo de uma forma muito concreta com o que somos, pensamos e sentimos como sociedade.”

Sabrina Marthendal

Fotografia de Sabrina Marthendal, da cintura para cima. Sabrina é uma mulher branca, de olhos castanhos, cabelos longos e castanhos. Veste uma regata amarela, coberta por uma blusa aberta com estampa em preto, laranja e amarelo. Usa um colar prateado longo com duas contas na ponta, e brincos de argola

Sabrina é pesquisadora visual, professora de fotografia, fotógrafa, atriz e professora/diretora de teatro. Artista catarinense desde 1999, atua fortemente na cidade de Blumenau e região há 21 anos, trabalhando primordialmente a partir do hibridismo entre as linguagens da cena e da imagem.

A fotografia é uma antiga forma de arte visual que continua sendo uma das manifestações mais populares e acessíveis de arte atualmente, especialmente com a chegada das câmeras nos celulares. É a arte de capturar imagens, momentos e memórias, que podem ser transformadas em uma variedade de formatos, desde impressões em papel, tecido, aplicações em objetos, até imagens digitais.

Cada categoria de fotografia possui suas próprias características e requisitos técnicos específicos para criar uma imagem de alta qualidade. Confira abaixo as muitas categorias de fotografia profissional e artística que podemos encontrar:

Astrofotografia

Trata-se de um ramo da fotografia que se dedica a capturar imagens do espaço e dos corpos celestes. Essas imagens podem ser obtidas tanto com equipamentos profissionais, como telescópios e câmeras especiais, quanto com equipamentos mais acessíveis, como câmeras DSLR e lentes específicas.

A astrofotografia tem sido utilizada para estudos científicos, como a identificação de novas estrelas e planetas, mas também para fins artísticos. Muitas pessoas têm se dedicado a capturar imagens incríveis de fenômenos celestes como auroras boreais, meteoros, nebulosas e galáxias.

Um aspecto importante da astrofotografia é o tempo de exposição da imagem, que pode variar de alguns segundos a várias horas, dependendo do objeto e do efeito que se deseja obter. Além disso, é importante considerar a localização e a qualidade do ar, pois a poluição luminosa pode prejudicar a captura de imagens claras e nítidas.

A astrofotografia é uma área fascinante e desafiadora da fotografia, que requer um bom conhecimento técnico e muita paciência e dedicação para obter resultados impressionantes.

astrofotografia com fundo preto e centenas de pequenos pontos luminosos. Ao centro um nebulosa, grande nuvem encontradas no espaço interestelar formadas, majoritariamente, de poeira cósmica e gases, como hélio e hidrogênio. Ela tem um formato aproximado de meia lua e exibe as cores rosa e roxo predominantemente, com as bordas esfumaçadas em tons beges e acinzentados.
Foto: Alex Andrews

Cobertura esportiva

A fotografia esportiva é um tipo de fotografia que tem como objetivo registrar imagens de eventos esportivos, atletas em ação e momentos emocionantes durante competições. O fotógrafo precisa estar sempre atento ao movimento dos atletas e a iluminação do ambiente, para conseguir capturar imagens incríveis.

Cobertura de eventos

 A fotografia de cobertura de eventos envolve capturar momentos importantes durante eventos como casamentos, aniversários, concertos, conferências e muito mais. Essa categoria de fotografia requer habilidades de planejamento, organização e coordenação para garantir que todas as fotos importantes sejam capturadas.

Cobertura de projetos culturais

A cobertura de projetos culturais é uma categoria que envolve documentar eventos e projetos culturais, como exposições de arte, performances teatrais e eventos musicais. Essa categoria de fotografia requer conhecimento cultural, habilidades de planejamento e habilidades de edição para criar uma narrativa visual coesa.

Ensaio de gestante

A fotografia de mulheres grávidas e suas barriguinhas em desenvolvimento, capturadas mês a mês ou num ensaio ao final da gestação é uma forma de guardar esse momento único na vida familiar. Os ensaios de gestante muitas vezes incluem imagens artísticas e emocionais que celebram a beleza e a transformação do corpo feminino durante a gravidez.

Fotografia de um momento em pai e filho recém nascido. O bebê aparece parcialmente, dormindo com o braço estendido segurando a mão de seu pai. Bebê dorme sobre uma cama com lençóis brancos, usa uma roupa de lá de manga comprida branca e está coberto por uma manta branca. Tem pele negra, de tom pardo e segura a mão do pai que tem a pele negra e usa um casaco de manga comprida branco.
Foto: William Fortunato

Ensaio de recém-nascido

O ensaio de recém-nascido é um tipo de fotografia que captura os primeiros dias de vida de um bebê. Essas fotos costumam ser feitas em estúdios, com iluminação adequada e muitos acessórios, como mantas, cestos e toucas. O objetivo é capturar a beleza e a delicadeza do recém-nascido.

Fotografia Abstrata

A fotografia abstrata é uma categoria que envolve a criação de imagens que não representam objetos ou cenas do mundo real, mas que exploram as características formais da imagem, como cor, textura e forma. Essa categoria de fotografia permite ao fotógrafo explorar sua criatividade por meio da experimentação com técnicas e materiais.

Fotografia aérea

A fotografia aérea envolve a captura de imagens do ar, geralmente de aviões ou drones. Essa categoria de fotografia oferece uma perspectiva única do mundo e pode ser usada para capturar paisagens, cidades e outros locais de uma maneira que não é possível com outras técnicas de fotografia.

Fotografia analógica

A fotografia analógica é uma categoria que envolve a captura de imagens usando câmeras analógicas e filmes fotográficos. É uma categoria que tem sido valorizada por fotógrafos que apreciam o processo artesanal e a estética das imagens produzidas por essa técnica.

Fotografia artística

A fotografia artística é uma categoria que envolve a criação de imagens com propósitos estéticos e expressivos. Essa categoria de fotografia permite que o fotógrafo expresse sua criatividade por meio do uso de composição, cor, textura e formas. O objetivo final é criar uma imagem visualmente atraente e expressiva.

FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

audiodescrição simplificada de fotografia contemporânea: sobre um com borda branca, uma fotografia de uma mulher dos ombros até a linha do olho, sobre um fundo preto. Ela é uma mulher branca, usa batom vermelho e à esquerda vemos a alça de uma blusa regata preta. Ela está virada para a esquerda, com a boca entreaberta e o olho fechado. Sobre o olhos, uma colagem simula cílios e estende a fotografia somente da área da pálpebra sobre a margem branca, com um retângulo contornado na parte superior por uma linha preta.
Foto: Elīna Arāja

A fotografia contemporânea é um termo amplo que se refere à fotografia produzida desde o final do século XX até os dias atuais. É um campo de fotografia em constante evolução, e engloba uma ampla variedade de estilos, técnicas e temas. Em geral, a fotografia contemporânea busca expressar a realidade em todas as suas nuances e complexidades, com uma abordagem mais experimental e subjetiva.

Ao contrário da fotografia documental tradicional, que tem uma abordagem mais objetiva e descritiva da realidade, a fotografia contemporânea muitas vezes busca explorar questões mais complexas, como a identidade, a subjetividade e a memória. 

Ela pode incluir tanto fotografia analógica quanto digital, e pode ser produzida em diferentes formatos, como instalações, projeções e exposições de galerias. A fotografia contemporânea é uma área de grande interesse para colecionadores, galerias, museus e críticos de arte, e muitos fotógrafos contemporâneos alcançaram grande reconhecimento e sucesso em suas carreiras. Ela abrange uma ampla gama de estilos e técnicas, desde a fotografia de retratos e documental até a abstrata e surrealista. Em geral, a fotografia contemporânea é um campo diverso e em constante evolução, que oferece uma visão única sobre a nossa realidade atual.

Fotografia boudoir

A fotografia boudoir é uma categoria que envolve a captura de imagens sensuais e intimistas, geralmente para serem presenteadas ao parceiro ou para o uso pessoal. É uma categoria que requer técnicas especiais de iluminação e composição para destacar a beleza do corpo humano.

Fotografia científica

A fotografia científica é um tipo de fotografia que tem como objetivo registrar imagens de objetos e fenômenos científicos. É comumente utilizada em publicações científicas e estudos. A fotografia científica geralmente é feita com equipamentos específicos, como microscópios, telescópios, câmeras infravermelhas, entre outros.

Fotografia comercial

A fotografia comercial é um guarda chuva que engloba diferentes categorias, e envolve a criação de imagens para fins de publicidade e marketing. Ela pode incluir a fotografia de produto, de moda, fotografia corporativa e fotografia de eventos.

Fotografia de alimentos

A fotografia de alimentos é uma categoria que envolve a captura de imagens de comidas e bebidas para fins publicitários e editoriais. É uma categoria que requer técnicas especiais de iluminação e composição.

Fotografia de animais de estimação

A criação de memorabília através da fotografia de animais de estimação, como cães, gatos, pássaros e outros animais domésticos queridos por seus guardiões.

Os fotógrafos de animais de estimação muitas vezes procuram capturar a personalidade única de cada animal e suas relações com seus humanos de estimação.

Foto: Pixabay

Fotografia de arquitetura

A fotografia de arquitetura é uma categoria que requer conhecimento sobre composição, perspectiva e iluminação. Ela é usada para documentar e destacar os detalhes arquitetônicos e a beleza das construções. Os fotógrafos de arquitetura geralmente trabalham para empresas de construção, arquitetos, imobiliárias e revistas especializadas em arquitetura.

Fotografia de casamento

Envolve a fotografia de diferentes momentos que envolvem um casamento, incluindo fotos de noivados, cerimônias, recepções e ensaios pré-casamento. Os fotógrafos de casamento geralmente se concentram em capturar momentos emocionantes e memoráveis ​​do dia especial do casal.

Fotografia de dupla exposição

A fotografia de dupla exposição é uma técnica que envolve a fusão de duas imagens em uma única foto. Ela é usada para criar imagens artísticas com diferentes temas, como a combinação de uma paisagem com um retrato.

Fotografia de família

A fotografia de família é uma categoria que envolve a captura de imagens de grupos familiares em situações do cotidiano ou em eventos especiais. É uma categoria que valoriza o registro da história da família e das relações entre seus membros.

Fotografia de moda

A fotografia de moda envolve a captura de imagens que exibem roupas, acessórios e outros itens relacionados à moda. Essa categoria de fotografia requer uma compreensão da moda e das tendências atuais, bem como habilidades de direção e coordenação de modelos.

Foto: Lisa Fotios

Fotografia de natureza morta

Trata-se de um tipo de fotografia que tem como objetivo registrar imagens de objetos inanimados, como frutas, flores, livros, entre outros. É comum em publicações de arte, decoração e design. O fotógrafo geralmente trabalha com iluminação e enquadramento para criar imagens estilizadas e interessantes.

Fotografia de paisagem ao ar livre

Envolve a fotografia de paisagens naturais e áreas externas, incluindo montanhas, lagos, praias, florestas e outros cenários ao ar livre. Os fotógrafos de paisagem muitas vezes buscam capturar a beleza natural das paisagens e explorar a interação da luz, textura e forma na cena.

Fotografia de produto

A fotografia de produto é uma categoria que envolve a captura de imagens de produtos para uso em publicidade e marketing. Essa categoria de fotografia requer habilidades técnicas para capturar imagens claras e nítidas dos produtos em diferentes ângulos e condições de iluminação.

Fotografia de família

A fotografia de família é uma categoria que envolve a captura de imagens de grupos familiares em situações do cotidiano ou em eventos especiais. É uma categoria que valoriza o registro da história da família e das relações entre seus membros.

Fotografia de retrato

É um dos tipos mais comuns e antigos de fotografia. O objetivo é capturar a imagem de uma pessoa ou grupo de pessoas. Pode ser feita em estúdio, ao ar livre, em eventos, ou em qualquer lugar onde as pessoas estejam. O fotógrafo geralmente trabalha com iluminação, enquadramento e expressão facial para criar uma imagem que revele a personalidade do retratado.

Você sabia?

Em outubro de 1839, na Philadelfhia (EUA) Robert Cornelius tirou um auto-retrato que ficou conhecido como a primeira selfie e o primeiro retrato humano da história. Ele precisou ficar imóvel por cerca de 10 minutos para capturar esse que é conhecido como o mais antigo auto-retrato fotográfico intencional de uma pessoa.

autorretrato extremamente antigo, com bordas danificadas em preto, em tons sépia de um homem do peito para cima. Ele aparenta ser um homem branco, cabelos negros e curtos e veste traje social do século XIX, com terno
Autorretrato de Robert Cornelius (1839)
retrato em preto e branco de Hannah Stilley Gorby, fotografada em 1840 aos 94 anos. Ela é uma mulher branca, e veste trajes típicos da época, com a cabeça coberta por um tecido branco e um vestido de mangas longas. Ela está sentada e apoia o braço esquerdo em algo fora do frame da foto, e sua mão direita repousa sobre seu colo.
Foto: autor desconhecido

Pessoa nascida a mais tempo capturada em filme

Esta honra entrou para a história com Hannah Stilley Gorby. Para entendermos o contexto, ela nasceu uma década antes de Mozart e 23 anos antes de Napoleão Bonaparte, ambos não viveram o suficiente para experimentar a invenção da fotografia. No entanto Hannah foi fotografada aos 94 anos em 1840.

Fotografia em ambientes internos

Trata-se da fotografia usada para capturar imagens dentro de locais fechados, como residências, escritórios e espaços públicos. Pode incluir retratos, interiores, arquitetura e detalhes de objetos.

Fotografia de rua

A fotografia de rua é um tipo de fotografia que busca registrar imagens da vida cotidiana em espaços públicos. O fotógrafo geralmente caminha pelas ruas e registra momentos espontâneos de pessoas, animais e objetos urbanos. É um tipo de fotografia muito ligada à cultura urbana.

Fotografia de viagem

A fotografia de viagem registra imagens de lugares e culturas diferentes. O fotógrafo geralmente viaja para locais distantes e registra imagens de paisagens, prédios, monumentos, pessoas e costumes locais. É uma forma de capturar a beleza e a diversidade do mundo.

Fotografia de vida selvagem

Trata-se da fotografia de animais em seu ambiente natural, incluindo aves, mamíferos, répteis e insetos. Os fotógrafos de vida selvagem muitas vezes têm que ser pacientes e esperar longos períodos de tempo para capturar a imagem perfeita.

Fotografia documental

A fotografia documental é uma categoria que envolve a captura de imagens com o objetivo de documentar eventos e situações da vida real. É uma categoria que tem sido usada por fotojornalistas e fotógrafos de rua para mostrar a vida cotidiana e eventos históricos.

Fotografia editorial

A fotografia editorial é uma categoria que envolve a criação de imagens para revistas e jornais. Ela pode incluir fotografia de moda, fotografia de eventos, fotografia de celebridades e fotografia de viagem.

Fotografia fine art

A fotografia fine art é uma categoria que envolve a criação de imagens artísticas para serem exibidas em galerias e museus. Ela valoriza a estética e a expressão pessoal do fotógrafo, e pode incluir diferentes temas, como paisagens, retratos e abstração.

Fotografia em preto e branco

A fotografia documental é uma categoria que envolve a captura de imagens com o objetivo de documentar eventos e situações da vida real. É uma categoria que tem sido usada por fotojornalistas e fotógrafos de rua para mostrar a vida cotidiana e eventos históricos.

Foto: Furkan Elveren

Fotografia industrial

Fotografia industrial é a fotografia usada para capturar imagens de locais industriais, máquinas e equipamentos. É frequentemente usada em relatórios anuais, brochuras e publicidade.

Fotografia infravermelha

Essa categoria envolve a utilização de câmeras especiais que conseguem registrar a luz infravermelha, que é invisível ao olho humano. A fotografia infravermelha pode produzir imagens com uma aparência etérea, pois o uso de filtros infravermelhos pode alterar a aparência da luz e das cores na imagem.

Fotografia lifestyle

Busca a captura de imagens que refletem o estilo de vida das pessoas, incluindo as atividades diárias, hobbies, viagens e outros aspectos da vida cotidiana. Os fotógrafos de lifestyle muitas vezes trabalham com marcas e agências publicitárias para criar imagens que representam um estilo de vida específico ou que promovem um produto ou serviço. E podem trabalhar em parcerias com blogueiros e outras personalidades da era digital.

Fotografia minimalista

A fotografia minimalista envolve a utilização de elementos visuais simples e uma composição minimalista para criar imagens que transmitem uma sensação de calma e tranquilidade. A fotografia minimalista muitas vezes apresenta uma paleta de cores limitada e uma abordagem visualmente limpa e ordenada.

Fotografia noturna de longa exposição de uma rodovia. Em ambiente noturno, a rodovia de 3 pistas foi registrada sem nenhum carro aparecendo, porém vemos o vestígio que o trajeto de luz vermelha dos faróis deixou ao serem fotografados pela câmera no modo de longa exposição.

Fotografia noturna

Registra fotografias de paisagens urbanas e outras cenas à noite, onde a iluminação artificial é o elemento principal da composição. Os fotógrafos noturnos muitas vezes usam técnicas de longa exposição para capturar as luzes e as cores da cidade durante a noite.

Fotojornalismo

O fotojornalismo é um tipo de fotografia que tem como objetivo contar histórias através de imagens. É muito comum em jornais, revistas e sites de notícias. Os fotojornalistas geralmente são profissionais que cobrem eventos atuais, como protestos, conflitos, desastres naturais, entre outros.

Macrofotografia

Envolve a fotografia de objetos e seres muito pequenos, como insetos, plantas, flores, jóias e outros detalhes minuciosos. A macrofotografia envolve o uso de lentes especiais e técnicas de iluminação para capturar detalhes em grande escala.

Fotografia stop motion

A fotografia stop motion envolve a criação de imagens em sequência, que juntas criam a ilusão de movimento. Essa categoria de fotografia requer habilidades de animação e edição para criar uma sequência fluida de imagens.

Fotografia subaquática

É um tipo especializado de fotografia que envolve a captura de imagens debaixo d’água. Essa forma de fotografia é popular entre os mergulhadores e fotógrafos profissionais de desportes aquáticos. Pode capturar imagens de vida marinha, corais e recifes, naufrágios e outras características do fundo do mar. A fotografia subaquática requer equipamentos especiais, como câmeras à prova d’água, caixas estanques e iluminação adicional, para obter as melhores imagens. A iluminação e o ajuste de cores também são desafios adicionais em ambientes subaquáticos. A fotografia subaquática é uma forma emocionante e desafiadora de fotografia que permite ao fotógrafo capturar a beleza e a misteriosa vida do fundo do mar.

A história da fotografia é repleta de avanços e mudanças que a tornaram uma das mais populares formas de expressão artística atualmente. Com tantas opções disponíveis, é possível encontrar uma área de atuação que se encaixe exatamente naquilo que você procura.

Nós da ESQUINA GRÁFICA estamos aqui para lhe auxiliar nessa busca. 
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Foto: Guillaume Meurice
MEI: Como se formalizar e crescer como artista visual

MEI: Como se formalizar e crescer como artista visual

A formalização como Micro Empreendedor Individual (MEI) é uma etapa fundamental para os artistas visuais que desejam dar o próximo passo e empreender no mercado de Economia Criativa.

Entre as muitas vantagens da formalização podemos citar o acesso a benefícios previdenciários e a possibilidade de emissão de notas fiscais. Além disso, a formalização também abre portas para novas oportunidades de negócios, como a participação em editais e a contratação por empresas que exigem nota fiscal para pagamento de serviços.

Para formalizar-se como MEI, o artista visual pode optar por dois caminhos:

 

Audiodescrição de foto de mulheres empreendedoras, de diferentes etnias raciais ao redor de uma mesa, sendo duas em pé e três sentadas, em reunião de trabalho. Na mesa estão papéis de planejamento, um tablet, lápis e canetas. duas mulheres brancas e 3 mulheres negras aparentam estar discutindo estratégias. Ao fundo uma parede branca e no lado esquerdo, parte de uma cortina branca. Foto: RF Studio

Para abrir um MEI presencialmente na Praça do Empreendedor, é necessário apresentar os seguintes documentos:

  1. RG e CPF do titular (ou CNH válida);
  2. Título de Eleitor;
  3. Comprovante de endereço residencial (conta de água, luz ou telefone em nome do titular ou declaração de residência);
  4. Comprovante de endereço comercial (contrato de locação ou autorização de uso do imóvel);
  5. Certidão Negativa de Débitos (CND) junto à Receita Federal, que pode ser obtida no próprio portal do Simples Nacional;
  6. Documento de arrecadação (DAS) do MEI atualizado.

Importante lembrar que alguns municípios podem ter exigências adicionais, como certidões negativas de débitos municipais ou autorizações específicas para atividades regulamentadas. A lista de documentos pode variar de acordo com cada cidade e estado. Por isso, é recomendável entrar em contato com a Praça do Empreendedor da sua cidade para verificar quais são os documentos específicos necessários.

Para aqueles que ainda estão na informalidade, é importante lembrar que a formalização como MEI traz muitos benefícios e pode ser uma excelente oportunidade para crescer no mercado de arte. É fundamental procurar orientação e informações confiáveis para realizar o processo de formalização com segurança e evitar possíveis problemas futuros.

Em resumo, a formalização como MEI é fundamental para o artista visual que deseja se profissionalizar e expandir seu leque de clientes e qualidade do serviço oferecido. A formalização traz muitos benefícios e pode abrir portas para novas oportunidades de negócios no mercado criativo.

 

"audiodescrição simplificada: imagem ilustrativa de print do portal do empreendedor SEBRAE onde temos duas fotos lado a lado: à esquerda uma mulher negra, cabelos pretos e cheios com penteado black power, usando blusa social azul. à direita um homem branco, cabelos pretos, usando cavanhaque e camisa social cinza.
Imagem: Divulgação SEBRAE

PORTAL DO EMPREENDEDOR DO SEBRAE

Outra forma é acessar o Portal do Empreendedor do SEBRAE, que oferece um passo a passo detalhado sobre o processo. O primeiro passo é verificar como o artista visual se enquadra nas atividades permitidas para a formalização como MEI. O SEBRAE disponibiliza uma lista de atividades permitidas, e o artista visual deve verificar se a sua atividade está incluída na lista.

O próximo passo é realizar a inscrição como MEI no Portal do Empreendedor. O processo é simples e pode ser realizado de forma online, sem a necessidade de sair de casa. O artista visual precisará preencher algumas informações básicas, como nome completo, CPF, endereço, entre outras.

Vantagens como Micro Empreendedor(a) Individual

Com a inscrição finalizada, o artista visual receberá um CNPJ e poderá emitir notas fiscais e participar de processos de licitação, por exemplo. Entre os benefícios previdenciários a que o MEI tem direito estão aposentadoria por idade, salário-maternidade, auxílio-doença, entre outros.

Outra vantagem da formalização como MEI é a possibilidade de aderir ao Simples Nacional, um regime tributário simplificado que oferece alíquotas reduzidas de impostos. O artista visual deverá pagar uma taxa mensal fixa, que varia de acordo com a sua atividade, e ficará isento de outros impostos, como o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre outros.

 

 

CNAE: ARTES VISUAIS E ARTES GRÁFICAS

Veja abaixo as modalidades de CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) relacionadas às artes visuais:

  1. 90.01-9/01 – Artes visuais: esta categoria inclui a produção de obras de arte visuais, como pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, fotografia artística, entre outras.
  2. 90.02-7/00 – Restauração de obras de arte: esta categoria inclui a restauração de obras de arte, como pinturas, esculturas, gravuras, objetos de arte e antiguidades.
  3. 90.03-5/00 – Criação e desenvolvimento de artes cênicas, literatura e música: esta categoria inclui a produção de espetáculos de teatro, dança, ópera, música, literatura e outras formas de arte cênica.
  4. 04-3/00 – Atividades de museus e de exploração de lugares e prédios históricos e atrações similares: esta categoria inclui atividades relacionadas a museus e galerias de arte, como a organização de exposições, o gerenciamento de acervos artísticos e históricos, entre outras.
  5. 92.31-1/00 – Atividades de parques de diversão e parques temáticos: esta categoria inclui atividades relacionadas à produção de eventos culturais e artísticos, como exposições de arte, feiras de arte, festivais de música e teatro, entre outros.
  6. 74.90-1/99 – Atividades de design não especificadas anteriormente: esta categoria inclui atividades de design gráfico, de produto, de interiores, de moda, entre outras.
  7. 14-7/01 – Estúdios cinematográficos: esta categoria inclui atividades relacionadas à produção de filmes de animação, documentários e vídeos institucionais.

Os CNAEs relacionados às artes gráficas incluem:

  1. 11-3/01 – Serviços de pré-impressão: esta categoria inclui serviços de pré-impressão, como diagramação, editoração eletrônica, tratamento de imagens e criação de artes finais.
  2. 11-3/02 – Serviços de impressão de material para uso publicitário: esta categoria inclui serviços de impressão de materiais para publicidade, como cartazes, banners, folhetos, catálogos, entre outros.
  3. 11-3/03 – Serviços de acabamentos gráficos: esta categoria inclui serviços de acabamentos gráficos, como corte, dobra, vincagem, colagem, laminação, entre outros.
  4. 11-3/04 – Fabricação de embalagens de papel e papelão ondulado: esta categoria inclui a fabricação de embalagens de papel e papelão ondulado, como caixas, sacolas, envelopes, entre outros.
  5. 11-3/05 – Impressão de jornais, livros, revistas e outras publicações periódicas: esta categoria inclui serviços de impressão de jornais, livros, revistas e outras publicações periódicas.
  6. 12-1/00 – Serviços de encadernação e plastificação: esta categoria inclui serviços de encadernação, plastificação, gravação e outros acabamentos de materiais impressos.
  7. 13-9/00 – Fabricação de produtos de papel, cartolina e papel-cartão para uso comercial e de escritório: esta categoria inclui a fabricação de produtos de papel, cartolina e papel-cartão para uso comercial e de escritório, como blocos de anotações, cadernos, envelopes, entre outros.

Consulte o SEBRAE mais perto de você, para receber orientações detalhadas sobre a escolha da categoria correta e informações adicionais sobre sua formalização como MEI.

 

Audiodescrição de banner retangular horizontal: sobre um fundo com uma cortina azul, à direita, a foto de um homem branco, do peito para cima, com cabelos loiros, sorrindo e olhando para frente. Ele usa uma camisa rosa e as mãos estão postas à frente do peito, fechadas e com o indicador apontando para a esquerda. Ao seu lado esquerdo uma faixa laranja contém o texto em branco: sabe aquela ajuda que você precisa para melhorar o seu negócio? Tá aqui, é só escolher. São mais de 300 cursos gratuitos. Ao lado direito superior direito da foto do homem o texto pequeno em branco: cursos online sebrae.

Você sabia?

o SEBRAE oferece uma ampla variedade de cursos, presenciais e online, em diferentes áreas do empreendedorismo. São diversos cursos e capacitações para quem deseja se formalizar como MEI na área de artes visuais. Alguns dos cursos disponíveis são:


Para acessar a lista completa de cursos disponíveis, basta acessar o Portal SEBRAE: https://www.sebrae.com.br/. Convidamos você a conferir também a área de Formação da ESQUINA GRÁFICA para outras opções de cursos gratuitos.


O papel da Economia Criativa e da Cultura da Inovação na era digital: a importância da criatividade para os negócios – e como podemos lhe ajudar

O papel da Economia Criativa e da Cultura da Inovação na era digital: a importância da criatividade para os negócios – e como podemos lhe ajudar

"Audiodescrição de uma foto: Homem branco, de cabelos pretos curtos e barba sentado em uma cadeira de escritório, virado para a direita, segurando uma caneta digitalizadora. à sua frente uma mesa em madeira com um tablet, onde ele escreve ou desenha, um laptop aberto para onde ele olha, junto de um mouse preto, uma câmera fotográfica preta, e um celular. Ele veste uma blusa preta, calça bege e está descalço. A parede ao lado direito da mesa está decorada por quadros com arte abstrata, mostrando manchas marrons em diferentes tons. Ao fundo, do lado esquerdo uma abertura de porta ou janela grande com luz branca, com cortinas brancas até o chão."
Foto: Jonathan Borba

A economia criativa é  uma área que vem se destacando cada vez mais no Brasil. De  acordo com a pesquisa “Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil” realizada pela Firjan-SEBRAE em 2019, a economia criativa passou a ser parte essencial da cadeia produtiva, representando 2,61% de todo o PIB nacional em 2017, com 1,8% de toda a mão de obra nacional atuando na Indústria Criativa naquele ano.

Com a chegada da pandemia, a demanda tecnológica aumentou significativamente, e a indústria criativa se viu forçada a se adaptar rapidamente. O setor passou a entender os novos anseios do mercado contratante e consumidor de produtos culturais e sua nova forma de se relacionar, o que antes já era tendência, se tornou necessidade.

Nesse sentido, o conceito de Cultura da Inovação se apresenta como uma importante ferramenta de redirecionamento em busca de adaptação, reestruturação e crescimento. A cultura da inovação é um processo caótico, incontrolável e, muitas vezes, acidental. Processos de inovação lineares e controlados raramente são autossustentáveis e não são os mais eficientes.

Ainda segundo a pesquisa da Firjan-SEBRAE, a economia criativa tem um evidente caráter estratégico, em especial, em um cenário de crise econômica. Mesmo diante da recessão total do mercado de trabalho brasileiro, a procura pelos criativos cresceu, principalmente por profissionais capacitados para atuar na economia digital e com foco na criação de produtos e serviços diferenciados para o consumidor, evidenciando a forte vinculação entre criatividade e inovação empresarial.

 

Ainda segundo a pesquisa da Firjan-SEBRAE, a economia criativa tem um evidente caráter estratégico, em especial, em um cenário de crise econômica. Mesmo diante da recessão total do mercado de trabalho brasileiro, a procura pelos criativos cresceu, principalmente por profissionais capacitados para atuar na economia digital e com foco na criação de produtos e serviços diferenciados para o consumidor, evidenciando a forte vinculação entre criatividade e inovação empresarial.

Diante desse cenário, as empresas têm que estar prontas para analisar e segmentar as informações disponíveis; compreender os consumidores e repensar suas formas de comunicação com o público. A criatividade é um ativo valioso, capaz de gerar a tão desejada diferenciação, ainda mais relevante em momentos de instabilidade.

Para artistas visuais e gráficos, a Economia Criativa tem se mostrado um campo em expansão, oferecendo diversas oportunidades de trabalho e negócios. Segundo o mesmo estudo da Firjan-SEBRAE, a área de Design é uma das mais relevantes na Indústria Criativa, com cerca de 365 mil profissionais atuando no setor em 2017. Além disso, a pesquisa apontou que o segmento de Artes Cênicas e Visuais apresentou um crescimento de 4,4% em 2016, comparado com o ano anterior.

TENDÊNCIAS DE MERCADO

Com o avanço da tecnologia e o aumento do uso das redes sociais, os artistas visuais e gráficos encontraram novas formas de divulgar e comercializar seu trabalho, criando oportunidades de negócios e parcerias com empresas e marcas que buscam se destacar no mercado. A internet também possibilitou a criação de novos modelos de negócios, como a venda de produtos personalizados ou a prestação de serviços remotos, que podem ser realizados a partir de qualquer lugar do mundo.

Outra tendência que tem se destacado na área de Design é a busca por soluções sustentáveis e responsáveis, com a preocupação em minimizar o impacto ambiental e social dos produtos e serviços criados. Essa preocupação vem se refletindo em iniciativas como a utilização de materiais reciclados e a adoção de processos de produção mais eficientes e menos poluentes.

Para se manterem atualizados e competitivos no mercado, os artistas visuais e gráficos precisam investir em capacitação e formação contínua, buscando aprimorar suas habilidades técnicas e criativas, bem como acompanhando as tendências e inovações do setor. Além disso, é importante desenvolver uma rede de contatos e parcerias, participando de eventos, feiras e encontros que possam ampliar a visibilidade e o alcance do trabalho desenvolvido.

A Plataforma Criativa ESQUINA GRÁFICA se destaca no cenário local de economia criativa, com início em 2020 como uma feira de artes visuais, hoje se reconfigura como uma comunidade criativa online. A plataforma lança em 2023 o Concurso Cultural ESQUINA GRÁFICA, que selecionará artistas de diversos recortes sociais. Além disso, a Esquina Gráfica promove espaços para estimular a trocas entre os artistas e público.

Para os artistas visuais e gráficos, a Esquina Gráfica pode ser uma oportunidade para expandir seu network, colaborar em projetos com outros profissionais e se atualizar sobre as tendências do mercado. A plataforma também oferece a possibilidade de participar de projetos socioculturais, mostrando o compromisso da nossa comunidade com questões relevantes para a sociedade.

Em um cenário de transformação digital e mudanças nos hábitos de consumo, plataformas como a ESQUINA GRÁFICA se tornam cada vez mais importantes para a Economia Criativa. Elas oferecem oportunidades de inovação, colaboração e compartilhamento de conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento de novas soluções criativas para os desafios do mercado atual.

Fontes:

  • Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, Firjan-SEBRAE, 2019.
  • Guia de Implantação dos Centros de Inovação: Livro II – Plano de Implantação / Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável. – Florianópolis: SDS, 2017.

Qual é a diferença entre desenho, ilustração e gravura?

Qual é a diferença entre desenho, ilustração e gravura?

audiodescrição simplificada de fotografia: uma mulher negra de cabelos castanhos escuros debruçada sobre uma mesa branca. Segurando um lápis, ela desenha sobre uma folha de papel branco, que está acompanhada de outra folha de papel branco com esboços desenhados a lápis, ao lado sobre a mesa. Ela usa uma blusa de manga comprida marrom claro, tem o cabelo curto arrumado em estudo black power. Ao fundo uma parede branca, e parcialmente um quadro que está encostado na parede no chão, atrás da mesa.
Foto: RF Studio

Por Tatiane Hardt

– Qual sua profissão?

– Sou ilustradora.

– Ah, que legal! Mas o que faz uma ilustradora?

O diálogo acima é lugar comum na vida de quem trabalha na área de ilustração, já que no Brasil a profissão não é regulamentada e não existem faculdades específicas para a área. Quem busca formação acadêmica geralmente escolhe entre design gráfico, artes visuais ou outra área que se encaixe vagamente no setor de economia criativa ao qual pretende se dedicar.

Esse é um dos motivos para que a profissão seja pouco conhecida ou mesmo ignorada no mercado de trabalho, até no caso do profissional Freelancer, já que o profissional autônomo que busque formalização como MEI (Microempreendedor Individual) não encontrará um CNAE que contemple sua real atuação.

Mas afinal, qual é a diferença entre ilustração, desenho e gravura? Estamos aqui para tirar essa dúvida de uma vez por todas.

Ilustração, desenho e gravura são três técnicas se convergem, mas não necessariamente são a mesma coisa. Possuem aplicações mais específicas e diferentes mídias utilizadas no seu desenvolvimento. Mídias, nesse caso, não são as sociais, mas sim o material e técnica aplicados na criação, que pode ou não envolver tecnologia digital.

DESENHO

Um desenho é uma criação livre, que está muito mais conectado à criatividade do artista, que não tem nenhuma obrigação de
representar algo, real ou imaginário. Se trata de uma técnica específica aplicada de forma analógica – com materiais como papel, caneta, lápis, tinta, pincel, etc; ou digital, à partir de aplicativos dedicados como o Illustrator, procreate, ibis paint, etc. O resultado da obra criada está diretamente relacionado ao material selecionado para sua composição, com grandes variações no desenho final.

Portanto, o desenho se caracteriza pela liberdade criativa, essencialmente como uma composição bidimensional. Quando esta composição
possui uma determinada intenção estética, o desenho passa a ser considerado uma expressão artística. E quando o desenho é orientado para
representar algo, passa a ser uma ilustração.

ILUSTRAÇÃO

Um desenho e uma gravura podem ser uma ilustração. Mas uma ilustração não necessariamente é um desenho ou uma gravura. Explico:

Uma ilustração é uma representação visual de uma mensagem a ser comunicada. Podendo estar acompanhada de elementos textuais, como no caso de livros, revistas e cartazes, por exemplo. Mas neste caso, sua função costuma complementar a narrativa textual, incorporando mais informações visuais para apresentar a ideia central a ser comunicada. A ilustração pode ser um desenho, mas também uma fotografia, uma gravura, colagem ou quaisquer outras representações visuais, como o Gif, quando falamos de ilustrações digitais contemporâneas.

Portanto, a ilustração se caracteriza especificamente por representar uma ideia, um conceito, algo a ser comunicado. As ilustrações podem ser classificadas por sua função e área de aplicação. Conheça algumas das áreas em que um ilustrador pode atuar:

  1. Ilustração Editorial – é aquela aplicada em livros, revistas, comics, etc.

  2. Ilustração Científica – é aquela que se aplica às ciências, como por exemplo uma ilustração representando as fases da vida de uma borboleta. As técnicas mais comuns são desenhos e pinturas hiper-realistas e fotografia.

  3. Ilustração Botânica – é uma área da ilustração científica que se dedica exclusivamente à ilustração e catalogação de espécies de plantas, geralmente apresentando diferentes fases de crescimento da espécie, e acompanhada de suas nomenclaturas científicas.
  4. Ilustração Instrucional – pouco conhecida, porém presente em quase todos os produtos que consumimos, são as ilustrações dedicadas à explicação de como usar algo. Como abrir, como montar, etc.

  5. Ilustração Jornalística – é aquela criada e divulgada nos jornais multiplataforma, que incluem a versão mobile (para o acesso por dispositivos móveis), impressa ou através de portais (sites e plataformas). Inclui-se Desenho de Humor (Caricatura, Charge, Cartum e História em quadrinhos) e toda ilustração que visa representar conteúdo opinativo no jornalismo, assim como a Ilustração para Infografia-Ilustrada. Para saber mais sobre o assunto na atualidade sugerimos a leitura da dissertação de mestrado de Vinicius José Shindo Mitchell (2018).

  6. Ilustração Publicitária – é aquela focada em destacar o produto em espaços de divulgação publicitária, sejam revistas, jornais, sites, redes sociais, folders, etc. A ilustração publicitária é um exemplo que deixa muito claro o papel da ilustração no fortalecimento e posicionamento de uma marca, sendo comprovadamente responsável no aumento de vendas e na escolha do consumidor por determinado produto ao invés do concorrente por se identificar com a ideia representada na peça publicitária.

  7. Infográfico – são textos visualmente explicativos e informativos associados a elementos não verbais, tais como ilustrações, sons, gráficos, hiperlinks etc. São utilizados com frequência na mídia impressa e digital, tendo como principal função informar o leitor. Neste caso a ilustração está sempre mesclada ao texto ou outros elementos de composição.

  8. Ilustração de Embalagens (packaging) – é aquela aplicada nas embalagens de 100% dos produtos que consumimos. Mais do que um produto, a ilustração de embalagem vende um conceito, um elo de identificação entre produto e cliente, que pesquisas apontam ser o fator decisivo na escolha de um determinado produto em detrimento de outro da concorrência. Um ótimo exemplo é o mascote que algumas marcas associam ao seu produto, como o tigre do salgadinho Cheetos, ou o urso polar da Coca Cola. Com função similar e geralmente em harmonia com a ilustração publicitária, é uma área da ilustração que está presente em nossas vidas sem nem percebermos. Costuma estar alinhada com a identidade visual e posicionamento de marca da empresa ou de determinada campanha realizada por ela.

GRAVURA

Gravura é o termo utilizado para nomear uma técnica que se caracteriza pela utilização de uma matriz que pode ser feita de metal (calcografia), pedra (litografia), madeira (xilogravura) ou tela (serigrafia ou silk screen) na criação e impressão final de uma obra visual.

A placa (que terá o tamanho similar ao da obra final) é esculpida para criar o desenho a ser impresso, onde se aplica uma camada de tinta e, por fim, se aplica o papel para realizar a impressão da obra. Essa placa se chama matriz, e pode ser utilizada para a reimpressão de quantas peças visuais se desejar produzir. Existem dois tipos de gravura:

– Em horizonte, ou em encavo: neste modo de trabalho o sulco vai receber a tinta e aparece como positivo no trabalho final.

– Em relevo: a superfície em alto relevo é que recebe a tinta, e o sulco aparece em negativo (sem a presença da tinta).

“Sobre a origem propriamente dita da impressão xilográfica, feita com matrizes de madeira gravadas em relevo, acredita-se que possa ter surgido na China, nos finais da dinastia Sui (581-618) ou inícios da dinastia Tang (618-907), embora faltem exemplares ou notícias desse facto. Talvez porque ele nunca foi reconhecido como algo de extraordinário pelos seus próprios contemporâneos. Assim, as mais antigas evidências conservadas da impressão chegam-nos da Índia, da Coreia e do Japão: o quase lendário monge chinês Xuanzang (ca. 600-644 ou 645) teria ele próprio executado impressões 5 na Índia e um outro monge Yijing, (635-713), que meio século mais tarde visitou a Índia 6, relata o uso de matrizes de barro para estampar imagens de Buda, em 691. Na Coreia, conservou-se uma escritura budista (Sutra Dharani, da Luz Pura) que teria sido traduzida por um tal monge Mitasan, cerca de 704, e colocada no Templo
Hwangboksa em 706. Qualquer que seja a sua data de impressão, ela será sempre anterior a 751 7, o que torna esta Sutra possivelmente o mais antigo documento impresso no Mundo.”

Fonte: Artigo “1.000 anos antes de Guttemberg”, de A . E . Maia do Amaral na revista Cadernos Bad

 

audiodescrição simplificada: fotografia vista de cima, de uma placa de metal sobre uma peça retangular de madeira, sendo trabalhada com detalhes de entalhe para a composição de uma matriz de gravura por uma mão masculina branca, vista somente do pulso para as pontas dos dedos, usando um casaco marrom.
Foto: Ahmet Çiftçi

No Ocidente, a gravura começou com o advento do papel no século XIV. Em meados do século seguinte, porém, a tecnologia começou a ganhar destaque na Alemanha e na Itália. Desenvolvido por ourives, esse método se espalhou por toda a Europa. A partir desse período, os artistas ocidentais que usavam a gravura passaram a ser chamados de mestres da gravura.

As gravuras são assinadas, numeradas e datadas pelo artista criador, incluindo ainda a quantidade de cópias, geralmente no rodapé ou no verso da gravura. Quanto menor o número de exemplares produzidos, mais a gravura é valorizada. Isso ocorre em consequência do desgaste natural da matriz, pois as primeiras imagens saem da matriz menos desgastadas. As primeiras gravuras costumam pertencer aos artistas e estas recebem uma sigla denominada P.A., que significa a Prova dos Artistas.

#Curiosidade

Carlos Oswald, nome de destaque como precursor da gravura no Brasil, foi ainda responsável pelo desenho final do Cristo Redentor, monumento que se encontra na cidade do Rio de Janeiro, no morro do Corcovado. Em 2007, o artista teve sua vida levada para as telas através do filme-documentário Carlos Oswald – O Poeta da Luz, dirigido por Regis Faria e com Fernando Eiras no papel de Carlos Oswald. A abordagem enfoca o grande descaso dos brasileiros com a arte e os artistas nacionais, além de revelar mais informações sobre a trajetória do renomado artista.

#PraTodosVerem no Alt Text #PraCegoVer #PraTodoMundoVer

O que é Acessibilidade Cultural?

O que é Acessibilidade Cultural?

Audiodescrição de card informativo. Na parte superior, um pequeno retângulo preto, em letras caixa alta brancas, o texto: ESQUINA GRÁFICA. .À esquerda, lateral de uma cadeira de rodas, a mão esquerda de um homem branco segura a roda esquerda. A manga da camisa xadrez preto e branco está dobrada deixando o pulso aparente. Sobre a imagem margeada com linhas finíssimas e irregulares laranja, a frase com letras caixa alta laranja: O QUE É ACESSIBILIDADE CULTURAL? Na margem inferior do card, sobre fundo claro, as logomarcas dos patrocinadores. Em letras laranja, Lei Aldir Blanc em Santa Catarina, à direita sobreposta em um quadrado azul, o busto do artista em cor laranja. Conselho Estadual de Cultura - SC. Três linhas curvas que formam as letras estilizadas: C em vermelho, E em verde e C em vermelho. Fundação Catarinense de Cultura, letras iniciais estilizadas e em diagonal se encaixam: F e C em verde e C em vermelho. Governo do Estado de Santa Catarina, na parte superior, à direita, a bandeira flamulante do estado. Secretaria Especial da Cultura. Ministério do Turismo. Governo Federal em letras pretas pequenas, em destaque: Pátria Amada Brasil, em letras grandes verdes. Bandeira do Brasil estilizada, sobre retângulo verde oliva a imagem parcial do quadrado amarelo e do círculo azul, aparecem da metade para cima, entrecortada por uma faixa horizontal branca iluminada, cuja luz se dissipa nos demais elementos. Abaixo das logomarcas, Projeto realizado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recurso do Governo Federal e da Lei Aldir Blanc.

Partimos do princípio, traduzindo o óbvio: Pessoas com deficiência são consumidores de cultura, sim!

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) atesta que as pessoas com deficiência possuem direito aos meios culturais acessíveis e que é preciso assegurar sua participação nas atividades culturais. Vem normatizar o que já é previsto na Constituição Federal de 1988, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se (…) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Mas o que é Acessibilidade Cultural?

Acessibilidade Cultural é um conceito que visa garantir o acesso de todas as pessoas à cultura e às atividades culturais, independentemente de sua condição física, mental, social ou econômica.

Isso significa que todos devem ter a oportunidade de participar de eventos culturais, ou seja, a Acessibilidade Cultural pressupõe que os documentários, as peças de teatro, as exposições nos museus, os projetos culturais virtuais e presenciais estejam ao alcance de qualquer pessoa sem que nenhuma barreira ou obstáculo os impeça de fazê-lo. Permitindo assim a construção de conhecimentos coletivos sobre a importância da cultura para a formação da pessoa, com ou sem deficiência. Porém na prática, observamos uma precarização na disponibilidade dos elementos de acessibilidade em espaços culturais.

A acessibilidade cultural é um direito fundamental que deve ser garantido a todos os cidadãos, e cabe às autoridades públicas, às empresas e às organizações da sociedade civil promoverem políticas e práticas que favoreçam a inclusão e a acessibilidade cultural. Isso envolve a adoção de medidas como a construção de espaços culturais adaptados, a disponibilização de materiais em formatos acessíveis, a oferta de recursos de tradução e interpretação e o desenvolvimento de programas educacionais e de sensibilização.

Porém enquanto sociedade civil organizada, nós artistas temos uma parcela importante na responsabilidade de garantir acessibilidade em nossas obras e ações culturais. Pensar um projeto desde sua concepção com formas de acesso para todos os públicos garante que ao chegar à fase de execução esta seja uma etapa como qualquer outra na logística da produção cultural.

 

DESAFIOS E CONQUISTAS

Um dos principais desafios para a promoção da acessibilidade cultural é a falta de consciência e de conhecimento sobre a importância desse tema. Muitas vezes, as pessoas não se dão conta de que suas práticas e hábitos cotidianos podem estar excluindo grupos vulneráveis e limitando o acesso à cultura. É preciso, portanto, investir em campanhas de conscientização e educação, para que a população em geral possa compreender a dimensão do problema e contribuir para a sua solução.

Outro desafio importante é a falta de recursos financeiros e materiais para a promoção da acessibilidade cultural. Nem sempre as empresas e as organizações têm condições de investir em tecnologias e adaptações que possam favorecer a inclusão e a acessibilidade. Nesse caso, é importante que as políticas públicas ofereçam incentivos e subsídios para que essas iniciativas possam ser implementadas.

Confira abaixo  4 dicas para garantir que seu projeto não seja excludente:

 

audiodescrição simplificada de fotografia: em frente a uma parede verde clara, uma mulher sorri, segurando com as duas mãos um brócolis. Ela é uma mulher branca, e tem cabelos coloridos de rosa e azul. Sorri olhando para frente e usa uma camisa listrada verde e branca. A mão direita segurando o brócolis sobre sua cabeça é uma prótese de cor preta, substituindo o membro amputado.
Foto: Anna Shvets
  1. Utilize ferramentas digitais acessíveis: Uma maneira econômica e eficiente de oferecer acessibilidade é utilizar ferramentas digitais acessíveis, como legendas, audiodescrição, LIBRAS, entre outras, para tornar o conteúdo cultural mais acessível para pessoas com deficiência visual, auditiva e cognitiva. Existem diversas ferramentas gratuitas disponíveis na internet que podem ajudar nesse processo.

  2. Colabore com intérpretes de LIBRAS e audiodescritores voluntários: Se você não tem recursos financeiros para contratar profissionais especializados em acessibilidade, uma alternativa é buscar intérpretes de LIBRAS e audiodescritores voluntários que possam ajudar na produção de conteúdo acessível. Existem muitas pessoas engajadas em ações sociais que podem estar dispostas a colaborar com o projeto cultural.

  3. Busque parcerias com instituições e organizações da sociedade civil: As instituições e organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos direitos das pessoas com deficiência podem ser importantes aliadas na promoção da acessibilidade cultural. Estabelecer parcerias com essas entidades pode trazer benefícios mútuos e ajudar a viabilizar a oferta de ações culturais acessíveis.

  4. Disponibilize materiais em formatos acessíveis: Disponibilizar materiais em formatos acessíveis, como textos em Braille, vídeo com legendas e audiodescrição, tour tátil de instrumentos e figurinos, imagens audiodescritas, entre outras medidas, pode ajudar a tornar o conteúdo cultural mais acessível e inclusivo. Além disso, é importante que esses materiais estejam disponíveis em plataformas acessíveis e de fácil navegação para as pessoas com deficiência.

PROMOVA AÇÕES CULTURAIS INCLUSIVAS

Para além da oferta de conteúdo acessível, é importante que as ações culturais em si sejam inclusivas, ou seja, que os espaços e as atividades estejam adaptados às necessidades para receber pessoas com deficiência. A acessibilidade arquitetônica envolve a disponibilização de rampas de acesso, banheiros adaptados, sinalização tátil e sonora, espaço reservado para receber cadeirantes na ação cultural, entre outras medidas.

Prover acessibilidade em projetos culturais não precisa ser um processo caro ou complexo. Com um pouco de criatividade e engajamento, é possível oferecer conteúdo cultural acessível e inclusivo para todas as pessoas, independente de suas limitações.

A acessibilidade cultural é uma questão fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e democrática, em que todos tenham as mesmas oportunidades de acesso à cultura e ao conhecimento. Promover a inclusão e a acessibilidade cultural é, portanto, um dever de todos, e requer a mobilização de esforços e recursos de todas as partes envolvidas.

Queremos instigar a reflexão sobre a necessidade de ações culturais que contemplem a acessibilidade, a diversidade e a democratização de acesso. Quais são esses mecanismos, como funcionam e como são aplicados. Acompanhe nossas postagens e vamos aprender juntes sobre essa belezura que é a acessibilidade cultural plena.

Arte: Tita Tinta Ilustra
Audiodescrição: Ouvindo Imagens

#PraTodosVerem #PraCegoVer #PraTodoMundoVer no Alt Text

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Quais são os tipos de acessibilidade?

Quais são os tipos de acessibilidade?

Audiodescrição de Card informativo. Na parte superior, um pequeno retângulo preto, em letras caixa alta brancas, o texto: ESQUINA GRÁFICA. Na imagem, mãos negras tocam com as pontas dos dedos um texto em braille impresso em papel branco. No fundo desfocado, uma xícara branca sobre a mesa. Sobre a imagem margeada com linhas finíssimas e irregulares laranja, a frase com letras caixa alta laranja: QUAIS SÃO OS TIPOS DE ACESSIBILIDADE? Na margem inferior, sobre fundo branco, as logomarcas. Apoio: 3w4u, Soluções tecnológicas. Realização: em letras pretas estilizadas, Tita Tinta Ilustrações. Patrocínio: Prêmio Herbert Holetz, um rolo de filme para cinema se desenrola e forma a letra P. Duas formas ondulares, nas cores azul e rosa de frente uma para outra, abaixo, Fundo Municipal de Apoio à Cultura. Seis círculos distintos e agrupados, ao lado as letras C, em vermelho e MPC em verde, abaixo, Conselho Municipal de Política Cultural - Blumenau. Fotografia em preto e branco da fachada de um prédio histórico, ao lado, Secretária Municipal de Cultura e Relações Institucionais. Bandeira de Blumenau, brasão municipal centralizado sobre listas brancas e vermelhas, a esquerda uma faixa vertical ondular azul, abaixo, Prefeitura de Blumenau.

Por Tatiane Hardt

Já falamos um pouquinho sobre Acessibilidade Cultural e sua importância aqui em nosso Blog. Mas quais são os tipos de acessibilidade e a forma como se aplicam?

A importância da Acessibilidade Cultural é indiscutível, e a sua aplicação é possível em diversos âmbitos, como nas comunicações, legislação e normativas, ações pedagógicas, extinção de barreiras físicas, utilização de ferramentas tecnológicas e escolhas de comportamento pessoal.

Acessibilidade Cultural é um direito que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de suas limitações, e para isso, é preciso estar atento aos tipos de acessibilidade e sua aplicação em todas as áreas da sociedade. Mas quando falamos em arte e cultura, deveríamos estar falando em termos sinônimos ao acesso e inclusão. Afinal, quem quer que suas obras sejam excludentes, não é mesmo?
 
Vem com a gente, vamos aprender juntos como criar, expor e vender obras acessíveis a todos os públicos.
 

Você conhece o termo CAPACITISMO?

O capacitismo está para as pessoas com deficiência como o machismo está para as mulheres ou o racismo para pessoas negras. Se baseia numa determinada concepção do corpo “certo”, “padrão”, “perfeito”. É uma forma de discriminação que se manifesta por meio da exclusão,
marginalização ou inferiorização das pessoas com deficiência, com base na crença de que elas são menos capazes ou menos valiosas do que as
pessoas sem deficiência. Esse tipo de discriminação pode ser sutil ou explícita, e pode ser encontrado em vários aspectos da vida cotidiana,
incluindo educação, emprego, saúde, transporte, cultura, entre outros.

Capacitismo (em inglês: ableism) é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência. Em sociedades capacitistas, a ausência de qualquer deficiência é visto como o “normal”, e pessoas com alguma deficiência são entendidas como exceções; a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido (às vezes até ocultado/escondido), se possível por intervenção médica; um exemplo de postura capacitista é dirigir-se ao acompanhante de uma pessoa com deficiência física em vez de falar diretamente com a própria pessoa.

A noção de que Pessoas Com Deficiência – PCD – são inferiores às pessoas sem deficiência não é novidade em nossa sociedade. A história da exclusão de pessoas com deficiência remonta a diferentes civilizações antigas. Durante séculos, as pessoas com deficiência foram excluídas do convívio em sociedade, sendo colocadas em instituições ou isoladas/escondidas em casa.

No final do século XIX e início do século XX, houve uma mudança na forma como a sociedade enxergava as pessoas com deficiência, com o surgimento do movimento eugênico que promovia a esterilização forçada e o extermínio de pessoas com deficiência consideradas “indesejáveis”. Temos o triste exemplo da era nazista na Alemanha, onde milhares de pessoas foram assassinadas. Mas o movimento eugenista também teve uma história muito forte no Brasil e em outras partes do mundo.

A partir da década de 1960, com o movimento pelos direitos civis, as pessoas com deficiência exigiram mudanças nas atitudes sociais e políticas públicas.

Vale mencionar que o capacitismo é um preconceito estrutural e pode ser encontrado como opressão ativa e deliberada (insultos, considerações negativas, arquitetura inacessível), quanto como opressão passiva (como reservar às pessoas com deficiência tratamento de pena, de inferioridade e subalternidade).

audiodescrição simplificada de fotografia: homem cego sentado em um sofá, segurando sua bengala branca com as duas mãos à frente do seu corpo. Ele tem cabelo preto e curto, sobrancelhas pretas, sendo que a sobrancelha direita tem uma falha decorativa, usa barba preta e bigode bem aparados, veste uma camisa branca, uma jaqueta cinza aberta e calça jeans clara. Tem os olhos abertos, com retinas descoloridas, e uma expressão séria. Ao fundo uma parede branca e um balcão cinza onde estão dispostos livros e um quadro branco.
Foto: Tima Miroshnichenko

Essa atitude permanece presente no nosso dia a dia, enquanto fazedores de cultura, a cada nova exposição que se inaugura, que só pode ser acessada por pessoas videntes, ouvintes e sem qualquer outro tipo de deficiência.

Acesso à cultura é um direito previsto na Lei Brasileira de Inclusão. A arte pode, e deve, chegar muito mais longe, realmente acessível para todos os públicos, sem discriminação nem barreiras.

Para uma melhor compreensão dos tipos de acessibilidade, podemos dividi-los em sete categorias: Acessibilidade Atitudinal, Instrumental, Arquitetônica, Metodológica, Programática, Natural e nas Comunicações.

ACESSIBILIDADE ATITUDINAL

Refere-se ao comportamento das pessoas sem preconceitos, estereótipos, estigmas e discriminações; Um ótimo exemplo começa por trocar o termo “deficiente” por pessoa com deficiência, porque a pessoa vem antes de sua deficiência.

ACESSIBILIDADE INSTRUMENTAL

Tem como objetivo superar barreiras através de utensílios, instrumentos e ferramentas necessárias ao estudo nas escolas, atividades profissionais, de recreação e lazer. Um exemplo é o uso de software leitor de tela para pessoas cegas, que acessa a audiodescrição de imagens no alt text.

ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA

Visa a adequação de espaços e a extinção de barreiras físicas e ambientais em residências, espaços públicos e privados, edificações e equipamentos urbanos, através de rampas, elevadores e banheiros adaptados.

Exemplo de audiodescrição realizada pela empresa Look By Sound da obra “Mona Lisa“, de Leonardo Da Vinci

FICHA TÉCNICA
Audiodescrição e narração – Ligia Ribeiro
Consultoria em audiodescrição – Luciane Molina
Pintor renascentista – Leonardo da Vinci
Trilha sonora – Dolce Amoroso Foco – melodia renascentista

A pintura a óleo sobre madeira, intitulada Mona Lisa, foi pintada pelo italiano renascentista Leonardo da Vinci, entre 1503 e 1506. Mede 77 cm de altura por 53 cm de largura. Leonardo usou a técnica “sfumato“: estilo esfumaçado, com contornos sombreados, gradações de luz e sombra e variações de cores. A obra de arte está exposta no Museu do Louvre, em Paris.

ACESSIBILIDADE METODOLÓGICA

Refere-se à queda de barreiras nas metodologias de ensino, com a utilização de recursos de acessibilidade para alunos com deficiência, como textos em braille, audiodescrição de imagens ou alto relevo, por exemplo.

ACESSIBILIDADE PROGRAMÁTICA

Está relacionada às normas, leis e regimentos que respeitam e atendem as necessidades das pessoas com deficiência, e se necessário, utilizar adaptações razoáveis para incluir a todos.

ACESSIBILIDADE NATURAL

Visa a adequação de espaços para adequar ou superar barreiras da própria natureza, como no caso de um cadeirante que terá dificuldades em se locomover em uma vegetação irregular ou uma calçada repleta de árvores.

Por fim, a ACESSIBILIDADE NAS COMUNICAÇÕES refere-se ao acesso à comunicação interpessoal, escrita e virtual, como a presença de intérprete de LIBRAS em ações culturais, audiodescrição de imagens, postagens, cartazes e banners, acesso a material impresso em Braille, entre outros.

Apesar dos avanços, a exclusão e a discriminação ainda persistem em muitos espaços, com a maiora das pessoas com deficiência enfrentando barreiras para participar plenamente da sociedade em igualdade de condições. E vale mencionar que assim como não é necessário ser uma pessoa negra para entender que o racismo é um preconceito inaceitável, ser mulher para entender a importância do feminismo, também não é necessário ser uma pessoa com deficiência para entender a importância da acessibilidade e lutar pelos direitos da comunidade PCD.

Vem com a gente pensar um mundo diferente, um mundo melhor. Vamos aprender e crescer juntos!
Se este artigo foi útil para você, compartilhe e multiplique. Quanto mais informação, menor o preconceito!

Arte: Tita Tinta Ilustra
Audiodescrição de card capa: @ad_ouvindoimagens

#PraTodosVerem #PraCegoVer no alt Text #PraTodoMundoVer

11 Museus Acessíveis no Brasil em 2022

11 Museus Acessíveis no Brasil em 2022

Audiodescrição do card informativo com fundo salmão margeado com linhas finíssimas e irregulares laranja. Na parte superior, centralizado um retângulo preto, em letras caixa alta, brancas: ESQUINA GRÁFICA. Na lateral direita a foto de uma mulher branca de pele clara, vestindo regata preta com decote em “V”. Ela aparece parcialmente do pescoço até a cintura, usa prótese ortopédica mecânica preta, para membro superior direito, que está dobrada. Próximo ao cotovelo algumas flores brancas com detalhes em lilás. No centro do card, em letras vermelhas em caixa alta: MUSEUS ACESSÌVEIS, em caixa baixa, arte sem barreiras. Na margem inferior do card, sobre fundo cinza, as logomarcas dos patrocinadores. Em letras laranja, Lei Aldir Blanc em Santa Catarina, à direita sobreposta em um quadrado azul, o busto do artista em cor laranja. Conselho Estadual de Cultura - SC. Três linhas curvas que formam as letras estilizadas: C em vermelho, E em verde e C em vermelho. Fundação Catarinense de Cultura, letras iniciais estilizadas e em diagonal se encaixam: F e C em verde e C em vermelho. Governo do Estado de Santa Catarina, na parte superior, à direita, a bandeira flamulante do estado. Secretaria Especial da Cultura. Ministério do Turismo. Governo Federal em letras pretas pequenas, em destaque: Pátria Amada Brasil, em letras grandes verdes. Bandeira do Brasil estilizada, sobre retângulo verde oliva a imagem parcial do quadrado amarelo e do círculo azul, aparecem da metade para cima, entrecortada por uma faixa horizontal branca iluminada, cuja luz se dissipa nos demais elementos. Abaixo das logomarcas, Projeto realizado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recurso do Governo Federal e da Lei Aldir Blanc.
Foto: Anna Shvets

Por Tatiane Hardt

Há vinte séculos, o arquiteto romano Vitruvius definia a arquitetura como uma arte  que responde a três necessidades: Comoditas, Firmitas, Voluptas, que se traduziriam por “Uso, Construção, Estética”.

Portanto, quando um museu não pode acolher um público de todas as idades, com ou sem alguma deficiência, é porque não obedece a uma das regras fundamentais da concepção arquitetônica: o uso. (GROSBOIS, 1991, p. 86)¹

Somos, enquanto sociedade, fisicamente diversos, percebemos o mundo através dos nossos sentidos e temos diferentes formas de compreender e sentir o mundo, os espaços nos quais estamos inseridos, incluindo aqueles que frequentamos, como os equipamentos culturais. No caso dos museus, falamos de história, herança cultural, estética, conhecimentos e tantas outras nuances que juntas apresentam a sociedade de uma época, expressa na arte e na própria arquitetura.

O conceito de acessibilidade vem evoluindo com o avanço da legislação, como a Lei Brasileira de Inclusão, que estabeleceu normativas e alicerces nesse sentido. Hoje  falamos de acessibilidade não mais na relação simplista da eliminação de barreiras físicas/arquitetônicas, mas na função de ruptura de obstáculos para a pessoa com deficiência, criando oportunidades iguais para todos. Quanto um produto, serviço ou espaço (físico ou virtual) está efetivamente disponível para o maior número possível de usuários, independentemente de suas características físicas, sensoriais e cognitivas.

Pensar “num museu das pessoas, e não em pessoas do museu”. Significa que as exposições, espaços de convivência, serviços de informação, programas de formação e todos os demais serviços básicos e especiais oferecidos pelos equipamentos culturais devem estar ao alcance de todos os indivíduos, perceptíveis a todas as formas de comunicação e com sua utilização de forma clara, permitindo a autonomia dos usuários.

A acessibilidade, nesse sentido, adiciona outros aspectos de caráter comunicacional, atitudinal, cognitivo e social. Assim, a pessoa com deficiência participa das atividades,  para ter  “acesso, andar, ver, ouvir, tocar e sentir bens culturais produzidos pela sociedade através de tempos e disponível para toda a comunidade” (COHEN; DUARTE; BRASILEIRO, 2012, p. 22).

O Brasil conta com mais de 3,8 mil museus espalhados por todo o país, um número expressivo se considerarmos que nosso país tem 5.568 municípios. Embora o Plano Nacional de Cultura estabelecido em 2010 estabeleça meta de 100% dos museus, teatros e cinemas com acessibilidade, faltam informações concretas que possam estimar a cena em 2022.

Com o cancelamento do Censo do IBGE em 2021, após um corte de 96% nos recursos previstos no Orçamento Geral da União para a pesquisa, vivemos hoje um apagão de informações necessárias para o planejamento dos investimentos públicos na garantia e efetivação de direitos das pessoas com deficiência. No último Censo realizado em 2010, 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou ter alguma deficiência em pelo menos uma das funcionalidades investigadas – enxergar, ouvir, caminhar, ou subir degraus – ou possuir deficiência mental e/ou intelectual em diversos graus.

Se somam à escassez de estatísticas os cortes consecutivos nos investimentos em cultura nas esferas federal, estaduais e municipais desde muito antes da pandemia de COVID-19. Em 2015 o governo federal já executava um corte de 30% no orçamento da pasta do extinto Ministério da Cultura, já em 2017 o corte foi de 43%. Em 2020, o orçamento disponibilizado para a Cultura foi de R$ 1,94 bilhão – um recuo de 41,8% ante 2011.

Os museus são espaços importantes não apenas para a comunicação histórica, antropológica, científica e para o lazer, mas também para a promoção do conhecimento de maneira equitativa, diversificada e inclusiva.²

Apresentamos abaixo a pesquisa que realizamos em busca dos museus acessíveis no Brasil em 2022. Observamos a importância de sempre haver um contato com o espaço antes da visita, para verificar a necessidade de agendamentos prévios e/ou restrições em decorrência da Pandemia de Coronavírus, ou alterações programáticas feitas após o lançamento deste artigo.

Museu Joaquim José Felizardo – Porto Alegre
http://www.museudeportoalegre.com

Com enorme acervo fotográfico, o Museu Joaquim José Felizardo fica em um prédio tombado que incialmente servia de residência, e por ser muito antigo, não possuía estrutura física apropriada para atender pessoas com deficiência e dificuldade de locomoção.

Após um longo processo de restauração e modernização, em 2007 sua estrutura foi adaptada, favorecendo a acessibilidade e, é claro, aumentando a inclusão! Hoje a edificação é adaptada para público com mobilidade reduzida e também um atendimento adequado para que todos possam ter o mesmo acesso a todas as obras ali expostas. Oferece visitas especializadas para público com deficiência e audioguia com leitura de texto e descrição das imagens, além de catálogo em braile e maquetes táteis. A edificação é adaptada para público com mobilidade reduzida.

Mais informações: marciabamberg@portoalegre.rs.gov.br  / (51) 3289.8274
Endereço: Rua João Alfredo, 582 – Cidade Baixa | Porto Alegre/RS
www.museudeportoalegre.comObs: na data de publicação deste artigo o site oficial se encontrava indisponível

Museu do Amanhã – Rio de Janeiro

O Museu do Amanhã tem a acessibilidade como premissa da construção física do prédio e, principalmente, da relação entre a equipe do Museu e seus visitantes. O Museu dispõe de pisos e maquetes táteis, rampas, cadeira de rodas, elevadores, fraldários, banheiros adaptados e sinalização universal.

O Museu desenvolve ainda parcerias com órgãos públicos, escolas e instituições especializadas na formação de educadores para identificar oportunidades de visitas adaptadas a pessoas com qualquer tipo de necessidade especial. O Programa de Educação oferece agendamento prévio para acesso a uma agenda de atividades para pessoas com deficiência e suas famílias, além de visitas mediadas para grupos escolares e não escolares onde o diálogo é pautado pela diversidade e inclusão.

Antes da inauguração do Museu do Amanhã, pensou-se num espaço diferenciado que proporcionasse uma conexão entre conteúdo e acessibilidade. Essa é a GALERIA DAS FORMAS, localizada na ala leste do Museu. A Galeria apresenta pormenores e detalhes de muitos conceitos abordados na Exposição Principal. Quem visita a Galeria tem disponibilizadas descrições em braile de assuntos como o Cosmos, a Matéria ou mesmo a Via Láctea. Todas as experiências são táteis, facilitando a interação com não videntes: é possível tocar no conteúdo exposto, como um globo terrestre, ou até gráficos.

Mais Informações: contato@museudoamanha.org.br | https://museudoamanha.org.br/
Endereço: Praça Mauá, 01 – Centro | Rio de Janeiro/RJ

Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro

Pioneiro no Rio de Janeiro no quesito acessibilidade, o CCBB foi um dos primeiros centros culturais cariocas a investir em estrutura física preparada para receber deficientes como rampas, vagas especiais no estacionamento e banheiros adaptados.

Conta com funcionários que possuem algum tipo de deficiência, além de colaboradores preparados para atender os visitantes com deficiência auditiva na linguagem de libras. Oferece ainda audiodescrição para as exposições e também para a maioria das peças teatrais. Também é um centro de referência para apresentações culturais voltadas a pessoas com deficiência.

Mais informações: https://ccbb.com.br
Endereço:
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro | Rio de Janeiro/RJ

Pinacoteca – São Paulo

Um dos principais museus de arte do Brasil, a Pinacoteca também é um exemplo de acessibilidade e inclusão. A história da Pinacoteca mostra que a acessibilidade é o investimento do museu do futuro: A começar pela sua estrutura física que conta com rampas, elevadores e portas largas permitindo maior mobilidade dos visitantes.

Oferece vídeo guia para deficientes auditivos, áudio guia para deficientes visuais, profissionais e educadores que podem acompanhar os visitantes ao longo da visita, inclusive em libras. Além disso, ela conta com uma exposição tátil completamente voltada às pessoas com deficiência visual e a tradução para Libras das Obras do Jardim. Uma educadora descreve as principais pinturas brasileiras com materiais pedagógicos específicos proporcionando uma experiência mais lúdica e sensível ao mundo da arte.

No site, é disponibilizada uma série de artigos para download e leitura nas temáticas de cultura, educação e acessibilidade: https://museu.pinacoteca.org.br/textos-educativos/projetos-do-nae/

PROGRAMA EDUCATIVO PARA PÚBLICO ESPECIAL (PEPE)

Este programa busca promover o acesso de grupos de pessoas com deficiências sensoriais, físicas, intelectuais e transtornos mentais à Pinacoteca, por meio de uma série de abordagens e recursos multissensoriais. As visitas educativas são realizadas por educadores especializados, inclusive em Libras – Língua Brasileira de Sinais, por uma educadora surda. O PEPE também realiza cursos de formação para profissionais interessados em usar a arte e o patrimônio como recursos inclusivos e desenvolve publicações para o público deficiente visual e auditivo. Para garantir a autonomia de visitação ao público com deficiência visual, foi desenvolvida a Galeria Tátil de Esculturas Brasileiras e um videoguia para o público surdo. Para mais informações sobre este programa, contate: 3324-0945 ou pelo e-mail educaespecial@pinacoteca.org.br.

Mais Informações: (11) 3324-1000 | http://pinacoteca.org.br
Endereço: Praça da Luz, 02 – Luz – São Paulo/SP

Museu do Futebol – São Paulo

Primeiro museu do Estado de São Paulo planejado para ser totalmente acessível, o Museu do Futebol oferece diversos recursos físicos e comunicacionais, além de profissionais qualificados para atender aos mais diferentes públicos: brasileiros e estrangeiros; de diversas origens sociais; pessoas com deficiência física, intelectual e mobilidade reduzida; crianças, jovens, adultos e idosos. O espaço possui maquetes táteis, piso podotátil, audioguia e informações em tinta e braille.

O Museu do Futebol fica localizado embaixo das arquibancadas do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, possui conteúdo multimídia, lúdico e interativo, além das adaptações estruturais necessárias. Tem a missão de preservar a história do futebol como expressão cultural no Brasil e inspirar ideias e experiências a partir do esporte.

Um dos destaques é o Audioguia Mulheres do Futebol, que narra a história de jogadoras, criando uma contextualização durante o percurso na sala principal. Ao todo, são 15 salas que ocupam 6 mil metros quadrados, e por meio de recursos visuais e auditivos, instigam o visitante a sentir a emoção presencial que o futebol proporciona.

Se destaca pelo Projeto Deficiente Residente, o qual inclui a presença de funcionários com deficiência com o objetivo de qualificar o atendimento às pessoas com deficiência que visitam o Museu.

Com as mesmas premissas do Projeto Deficiente Residente, o Museu buscou melhorias no atendimento ao público 60+ a partir do convívio e da troca de experiências entre idosos e profissionais do Núcleo Educativo. Neste sentido, o Museu do Futebol promove atendimentos a idosos, com ou sem doença de Alzheimer, para ativação de memórias afetivas a partir do acervo físico e digital do museu. Durante a pandemia de coronavírus, os atendimentos, individuais ou em grupo, estão sendo feitas de forma remota. Saiba mais.

Endereço: Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu | São Paulo/SP
https://museudofutebol.org.br
Agendamento de grupos (temporariamente suspenso): telefone: +5511 3661-2273
Outras informações: contato@museudofutebol.org.br | telefone: +5511 3664-3848

Museu da Inclusão – São Paulo

Os Caminhos da Pessoa com Deficiência é um projeto cultural da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que conta a história e trajetória do movimento social no Brasil e no mundo dando ênfase aos acontecimentos ocorridos no fim da década de 70 e início da década de 80.

O espaço reúne cerca de 600 documentos que relatam o movimento social da pessoa com deficiência, bem como sua luta e suas conquistas. Compõem o material manuscritos, fotos, objetos, depoimentos e lembranças que remontam a história.

O Museu conta com Núcleo Educativo do Museu da Inclusão que extrapola, desenvolve  e fundamenta proposições e ações que exploram os diversos conceitos de inclusão e acessibilidade que se afloram em nossa sociedade. Promove atividades de Mediação Virtual, com agendamento através da ficha de pré-agendamento. As atividades de mediação virtual gratuitas, com duração de até duas horas e, no máximo, 25  pessoas por sala, a depender do perfil do grupo.

O Núcleo elaborou essas propostas de roteiros que podem inspirar a conversa durante as mediações virtuais:

– A construção dos Direitos Humanos e o Campo da Pessoa com Deficiência
Quais são as linguagens que compõem este fenômeno que chamamos de Direitos Humanos? Sabemos que a existência desses direitos é fundamental para construirmos uma sociedade mais justa e igualitária, entretanto, também sabemos que não somos todos iguais. Pensarmos num mundo em que uns são considerados mais humanos e outros menos é uma forma de percebermos que as linguagens que fundam esses direitos são abstratas e, em particular, excludentes. Nosso papel aqui é refletir sobre a construção social desses direitos e a quem eles se aplicam.

– Língua e Linguagens – Diversidade e Cultura Surda, Línguas de Sinais e Museu, Tradução e Interpretação (em construção)
Difundir informações sobre a diversidade, representatividade e cultura surda de modo a romper preconceitos sobre a comunidade surda e normalizar a participação da pessoa surda na sociedade, considerando a variedade linguística e o trânsito dos processos de transcrição, tradução e interpretação.

– Os Caminhos da Pessoa com Deficiência (em construção)
Ampla discussão sobre os temas propostos pela exposição de longa duração chamada “Os Caminhos da Pessoa com Deficiência”, que conecta o contexto das pessoas com deficiência com a luta por direitos, a estruturação e memórias do Movimento Social da Pessoa com Deficiência.

– Corpo, autonomia e direito à cidade
Os “padrões de normalidade” são socialmente construídos: a noção da existência “do outro”, da diversidade, se dá a partir da comparação entre o que cabe neste padrão e o que não se encaixa nele. E é aí onde a sociedade faz nascer a discriminação e onde também se perpetuam os processos de subalternização dos indivíduos, seus corpos e existências. Quando pensamos em acessibilidade urbana para todos, pensamos numa cidade que ainda é um sonho a ser conquistado: visando a ausência de obstáculos para as mais diversas pessoas, corpos e dinâmicas sociais. Permitir que ocupemos a cidade é nossa luta pelo reconhecimento das mais variadas formas de existência.

Acesso gratuito
Mais informações:
(11) 5212-3700 | https://portal.museudainclusao.org.br
Endereço:
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 | Barra Funda, São Paulo – SP

Museu de Arte Moderna – São Paulo

O Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma das mais importantes instituições culturais do Brasil. Localiza-se sob a marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em um edifício inserido no conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer em 1954 e reformado por Lina Bo Bardi em 1982 para abrigar o museu.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx, onde pessoas com deficiência visual podem tocar nas obras, contando ainda com a possibilidade de visitas guiadas. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Mais informações: (11) 5085-1300 | https://mam.org.br
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° | Vila Mariana, São Paulo/SP

Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro

O MAM Rio de Janeiro apresenta a série “Visitas Acessíveis”. Com tecnologias assistivas e recursos visuais como animações, destaques e contraste para melhor visualização, o museu oferece visitas guiadas com vídeos acessíveis aos mais diversos públicos, mas priorizam a experiência das pessoas com deficiências, contando com legendagem e interpretação em libras, por exemplo.

O projeto Visitas Acessíveis é patrocinado pela Wilson Sons através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O vídeo da série “Visitas acessíveis” apresenta a diversa fauna e flora dos jardins do MAM Rio, e as obras de arte que nele estão. A produção é parte de “Fantástico jardim”, exposição interativa online, voltada para crianças de até 6 anos que promove uma imersão pelas espécies botânicas do Parque do Flamengo. Idealizada pelo Programa de Educação e Participação do MAM Rio, a série “Visitas acessíveis” usa tecnologias assistivas e recursos visuais para atender ao público com deficiências. Nela, os espaços e as atividades do museu são apresentados em Libras, a língua brasileira de sinais, e também com áudio e legendas em português. As visitas acessíveis têm patrocínio da Wilson Sons.

Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro – RJ
Mais Informações: (21) 3883-5600 | https://mam.rio/educacao/visitas-acessiveis

Centro de Memória Dorina Nowill – São Paulo

O Centro de Memória Dorina Nowill fica na sede da Fundação Dorina Nowill e tem como missão apresentar a história da luta das pessoas cegas e com baixa visão no Brasil e no mundo. Fundado em 2002 é o primeiro museu brasileiro a considerar a cultura da deficiência visual como patrimônio histórico. Todas as peças são táteis e o espaço conta com uma educadora que descreve os demais itens.

O acervo é composto por objetos tiflológicos (máquinas braille, regletes, sorobans); textuais (cartas, diplomas, publicações), iconográficos (fotografias); audiovisual (reportagens) e depoimentos orais. A coleção em sua maioria provém da própria instituição, temos ainda peças doadas por organizações parceiras, e documentos produzidos por personalidades importantes na área da inclusão social.

No Centro de Memória você irá encontrar: Exposição em formato acessível (recursos táteis e sonoros, piso tátil, audiodescrição etc.); Equipamentos para escrita Braille; Materiais didáticos adaptados de diversas épocas; Publicações em formatos acessíveis; Esculturas e objetos disponíveis ao toque.

Acesso gratuito
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 18h
Importante: Visita mediante agendamento com Sílvia no telefone 11 5087-0955
Endereço: Dr. Diogo de Faria, 558 – Vila Clementino | São Paulo/SP

Museu da Língua Portuguesa – São Paulo

Rota acessível, piso podotátil, mapas táteis e sinalização tátil e em braile estão à disposição do público. “O Museu também conta com jogos multissensoriais e objetos para toque, organizados em nichos ao longo do espaço expositivo. Videoguias em Libras também estarão disponíveis”, destaca Larissa.

Madeira reaproveitada do incêndio que ocorreu em 2015 também serviu para a construção de uma maquete tátil da Estação da Luz, à disposição do público. O prédio histórico onde fica localizado o Museu foi aberto em 1901, e servia como uma das portas de entrada dos imigrantes no Brasil. Hoje, além de abrigar um dos primeiros museus do mundo dedicados a um idioma, a Estação da Luz está entre os principais cartões postais de São Paulo.

O Museu da Língua Portuguesa conta com exposições temporárias e de longa duração. E, em todas elas, recursos de acessibilidade estão presentes, como conta Marília Bonas, diretora técnica do Museu.

“A acessibilidade é uma questão desde o começo da concepção da exposição”, assegura. Ela explica que os responsáveis pela expografia desenham cada exposição contemplando a acessibilidade física. Mas, além dela, o objetivo é garantir experiências para todos. “A ideia também é que a gente possa ter sempre roteiros específicos para diferentes necessidades”, completa.

Para a exposição principal, o público já conta com um percurso tátil. “Obras táteis foram especialmente criadas por artistas como Guto Lacaz, André Damião e Natália Scromov, inspirados na exposição principal”, conta Larissa. “São denominados como elementos de mediação multissensoriais e dirigidos prioritariamente a pessoas com deficiência visual e auditiva, mas ficam disponíveis para todos os visitantes que desejem se relacionar por meio de outros sentidos com os temas da exposição principal.”

Para completar, os recursos digitais do Museu da Língua Portuguesa também contam com acessibilidade. O aplicativo do Museu está disponível em quatro navegações: português com audiodescrição, Libras e audioguias em espanhol e inglês. Lembrando que os visitantes contam com Wi-Fi gratuito no espaço, podendo aproveitar o passeio conectados.

Mais informações: (11) 4470-1515 | https://www.museudalinguaportuguesa.org.br
Endereço: Praça da Luz – Luz, São Paulo – SP


Museu do Café – São Paulo

O Museu do Café possui acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida através de elevadores e rampas móveis.

O Museu do Café acolhe as pessoas com deficiência por meio de programas especiais que acontecem sob agendamento. As atividades oferecem desde visita monitorada especial até a realização de atividades específicas em que o grupo pode ter um contato ainda mais próximo com o café, a partir de estímulos e dinâmicas que atingem os sentidos e a percepção sensorial, algo que o café permite explorar por suas características e sua química. A arte e a história também são apresentadas por meio de atividades específicas, que exploram o conhecimento patrimonial do café e do Edifício da Bolsa Oficial de Café.

O espaço ainda desenvolve ações específicas ao público com deficiência. O Café com arte ensina a técnica de construção de vitrais; em Cafés Especiais as áreas individual e sensorial, os sentidos do olfato e paladar são trabalhadas; e as Dinâmicas Especiais com Acervo Pedagógico e Educativo expõe noções de educação patrimonial por meio da apresentação e manuseio de objetos que compõem o acervo do museu.

O material de acessibilidade, ampliou o projeto da autonomia de visitação de pessoas com deficiência ao espaço expositivo do Museu. Os visitantes contam com o folder da exposição de longa duração Café, patrimônio cultural do Brasil: ciência, história e arte no formato de cadernos em braille e com a audiodescrição do cadeiral localizado no Salão do Pregão e do vitral A epopeia dos Bandeirantes, de Benedicto Calixto.

Todas as atividades são executadas de forma adaptada ao grupo visitante. O público das atividades especiais são deficientes físicos, cognitivos e intelectuais.

https://www.museudocafe.org.br
Agendamento e informações:educativo@museudocafe.org.br | Telefone (13) 3213-1756
Endereço: Rua XV de Novembro, 95 – Centro Histórico | Santos – SP

#DicaESQUINAGRÁFICA

Se você é pesquisador/a/e, estudante ou apenas quer ampliar seu conhecimento acerca da temática de acessibilidade cultural, vale muito à pena conferir o trabalho realizado pelo grupo de pesquisa e estudos Museus e Centros de Ciências Acessíveis (MCCAC).

Criado em 2016, tem como foco o desenvolvimento de referencial teórico e empírico para a área de acessibilidade e inclusão social em museus e centros de ciências e ações de divulgação científica. Para isso, realizam estudos, pesquisas, publicações, encontros e visitas técnicas.

Em 2021 o grupo lançou em cooperação com a Fundação Cecierj  o livro “Acessibilidade em museus e centros de ciências: experiências, estudos e desafios” com a organização de Jessica Norberto Rocha.

Visando compartilhar relatos de experiências, além de práticas, desafios, barreiras e pesquisas, convidamos profissionais que trabalham ou estudam a acessibilidade em museus e centros de ciências para participar desta iniciativa. A realização é da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj) e do Grupo Museus e Centros de Ciências Acessíveis (MCCAC), com participação do projeto Jovem Cientista do Nosso Estado, apoiado pela Faperj.”

Todas as imagens do livro na versão em pdf para download gratuito possuem audiodescrição. No site do Grupo MCCAC  (https://grupomccac.org/am), os títulos e resumos de cada capítulo estão disponíveis em Libras e as versões HTML dos textos também podem ser interpretadas na língua de sinais, pelos avatares Hand Talk.

¹ ² Artigo “Uma análise das dimensões da acessibilidade nos museus de ciências brasileiros” de Claudia Celeste Schuindt Recanello e Camila Silveira 

Você pensa sua arte para todos os públicos?

Você pensa sua arte para todos os públicos?

Audiodescrição de card informativo com fundo verde claro, margeado com linhas finíssimas e irregulares laranja. Na parte superior, centralizado um pequeno retângulo preto, em letras caixa alta, brancas: ESQUINA GRÁFICA. Na parte inferior, surgindo da direita, uma prótese ortopédica mecânica preta para membro superior direito, com dedos articulados que seguram um brócolis verde pelo talo. Acima da imagem, na lateral direita, a frase, em letras laranjas: Você pensa sua obra para todos os públicos? Na margem inferior do card, sobre fundo claro as logomarcas dos patrocinadores. Em letras laranja, Lei Aldir Blanc em Santa Catarina, à direita sobreposta em um quadrado azul, o busto do artista em cor laranja. Conselho Estadual de Cultura - SC. Três linhas curvas que formam as letras estilizadas: C em vermelho, E em verde e C em vermelho. Fundação Catarinense de Cultura, letras iniciais estilizadas e em diagonal se encaixam: F e C em verde e C em vermelho. Governo do Estado de Santa Catarina, na parte superior, à direita, a bandeira flamulante do estado. Secretaria Especial da Cultura. Ministério do Turismo. Governo Federal em letras pretas pequenas, em destaque: Pátria Amada Brasil, em letras grandes verdes. Bandeira do Brasil estilizada, sobre retângulo verde oliva a imagem parcial do quadrado amarelo e do círculo azul, aparecem da metade para cima, entrecortada por uma faixa horizontal branca iluminada, cuja luz se dissipa nos demais elementos. Abaixo das logomarcas, Projeto realizado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recurso do Governo Federal e da Lei Aldir Blanc.

Artigo por Tatiane Hardt

“A arte é minha vida. Meus quadros são filhos que alimento com tinta”

Esta frase abre a entrevista que o artista visual com síndrome de down Lucio Piantino¹ concedeu para o artigo “A arte acessível para todos”, do Jornal de Brasília².

O sentimento é certamente familiar a todo e qualquer artista que vê nas artes sua vocação: “A arte é minha vida.”

Já se vão 15 anos em que a Lei Federal de Incentivo à Cultura (antiga Lei Rouanet) exige que todos os projetos culturais apresentem um planejamento de acessibilidade para que seja garantido o direito de acesso à cultura para pessoas com deficiência.

Apesar dos avanços do Plano Nacional de Cultura e da Lei Brasileira de Inclusão – em vigor desde 2016 – ainda vemos um tímido avanço no que diz respeito à acessibilidade cultural, e na oferta de mecanismos de formação, informação e conscientização.

Isto se reflete claramente no ambiente acadêmico, que muito pouco ou nada desenvolve no preparo destes futuros profissionais para atender essa demanda mercadológica e social. Segundo o último censo divulgado pelo IBGE, cerca de 25% da população brasileira é composta de pessoas com deficiência. Isto significa que exceto dentro da própria comunidade de pessoas com deficiência, 25% do público não é plenamente contemplado nas ações culturais ofertadas. E quando ofertadas, costumam ser pensadas apenas para um tipo de deficiência: acessibilidade em LIBRAS para pessoas surdas, mas não de audiodescrição ou tour tátil para pessoas cegas, por exemplo.

ARTE QUESTIONADORA

A arte, na sua função social, do questionamento à ruptura, exige de nós artistas a quebra de padrões pré-estabelecidos. Faz parte do processo criativo a busca permanente pelo novo, uma caminhada expansiva daquilo que nos habita. No fazer artístico, vislumbrar a obra antes de colocá-la em prática é também pensar no que desejamos que o público sinta e entenda daquilo que queremos transmitir. Esta liberdade absoluta na hora da criação artística precisa se refletir em acesso irrestrito também ao resultado da pesquisa.

Nas artes visuais, esta conexão entre criação e acesso à obra é costumeiramente ignorada. Seja por falta de conhecimento, seja por ignorância de uma realidade que não é a sua, quando o artista não é uma pessoa com deficiência, existe essa tendência de recorte de exclusão inato à sua obra, especialmente em relação à comunidade não vidente.

Realmente há vários desafios e etapas a serem vencidas no processo de entender o que é e como funciona a acessibilidade cultural, quais os tipos de acessibilidade para cada deficiência, o que é democratização de acesso, como aplicar esses mecanismos na arte, quais as formas de garantir a acessibilidade sem encarecer o projeto com pouca verba disponível, e assim por diante.

É um processo que envolve desde a quebra de preconceitos como o capacitismo, passa pela empatia e disponibilidade para aprender, e chega na provocação que deixamos com este artigo:

Você pensa sua obra para todos os públicos?

Na ESQUINA GRÁFICA seguimos nessa jornada de aprendizado e convidamos você a se juntar a nós. Para entendermos mais, e juntos fazermos melhor. Porque para nós existe uma certeza: que Arte e Cultura são vetores de mudança social e inclusão, de quebra de barreiras e preconceitos – sejam quais forem.

¹Conheça o trabalho de Lucio Piantino no instagram
²A arte acessível a todos, por Arquivo Geral – Jornal de Brasília

#PraTodosVerem #PraCegoVer no Alt Text #PraTodoMundoVer